O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, negou nesta terça-feira que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tenha financiado movimentos sociais. A afirmação foi uma resposta à acusação de que a entidade teria destinado R$ 115 milhões ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
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-Isso não condiz com a realidade. Não se sustenta a ideia de que o governo financie movimentos sociais. Vim comprovar isso aqui-disse o ministro, pouco antes de participar de audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado.
-O governo não teme a CPI do MST. O que é indesculpável é criar um ambiente falso a partir de dados errôneos para se criar um caldo e um ambiente favorável à CPI-afirmou Cassel.
Segundo Cassel, dos R$ 115 milhões citados por deputados como financiamento ao MST, R$ 65 milhões foram destinados às empresas de assistência técnica e rural dos estados e à associação nacional que representa essas entidades. Além disso, R$ 23 milhões são recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O ministro disse que nem essas empresas nem o BID representam um “braço armado do MST”.
– O MDA [Ministério do Desenvolvimento Agrário] e o Incra são possivelmente os órgãos mais fiscalizados de toda a Esplanada [dos Ministérios]. Nossos convênios e contratos são fiscalizados com lupa, seja pela CGU [Controladoria-Geral da União], pelo TCU [Tribunal de Contas da União] ou pelo MPF [Ministério Público Federal] -acrescentou.
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O ministro ressaltou que tanto a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Terra quanto a criada para investigar o repasse de recursos a organizações não governamentais (ONGs) examinaram detalhadamente todos os convênios e contratos da pasta e nenhuma irregularidade foi encontrada.