O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (SFT), votou pela condenação de oito dos dez réus denunciados pelo crime de lavagem de dinheiro no capítulo em julgamento do processo do mensalão. Ele absolveu apenas Ayanna Tenório, ex-vice-presidente do banco Rural, e Vinicius Samarane, ex-diretor e atual vice do banco.
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Ao condenar a ex-funcionária de Marcos Valério Geiza Dias, Mello afirmou que não havia como ela não saber da situação do dinheiro que passava por suas mãos no esquema.
– Aos 66 anos, não posso acreditar em Papai Noel.
Até agora, já são sete votos pela condenação da ex-presidente e acionista do Rural, Kátia Rabello; do ex-vice-presidente operacional do banco, José Roberto Salgado; do publicitário Marcos Valério; seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz; e a ex-diretora financeira da agência SMP&B, Simone Vasconcelos. Samarane e o ex-advogado de Valério, Rogério Tolentino, já foram considerados culpados por cinco ministros, faltando apenas um para confirmar a condenação. Ayanna já está absolvida, enquanto Geiza Dias, ex-funcionária de Valério, tem quatro votos pela absolvição e três pela condenação.
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Marco Aurélio resumiu seu voto e acabou abordando basicamente as questões de Tolentino e Geiza. Em relação ao advogado, ele destacou que houve lavagem pelo fato de o advogado ter participado do esquema ao fazer um empréstimo de R$ 10 milhões que teria servido para ocultar desvios de recursos do Banco do Brasil no contrato da Visanet.
Em relação a Geiza, ele a definiu como “autora material” da lavagem. Fez referência à máfia para dizer que ela tinha a confiança de Valério para encaminhar as ordens para o pagamento. Afirmou ainda que sua absolvição teria que ocorrer apenas se o entendimento fosse de que não ocorreu qualquer crime em toda a operação.
– A absolver Geiza devemos absolver a todos porque então a lavagem de dinheiro teria ficado no campo da simples cogitação, dos autores intelectuais.
Disse ainda que votava pela absolvição de Samarane por coerência. Na época dos fatos, ele era subordinado a Ayanna. Para Marco Aurélio, se nem ela participou dos crimes, Samarane também não poderia ter atuado.
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