O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que dos R$ 20 bilhões de cortes que serão feitos no Orçamento de 2008 para compensar o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), cerca de 90% deverão ser feitos no Executivo.
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– Os cortes terão que ser proporcionais, senão o peso seria muito forte no Legislativo e Judiciário – disse Bernardo.
Ele explicou que na reunião de hoje com o presidente da Comissão Mista de Orçamento, senador José Maranhão (PMDB-PE), e o relator da comissão, deputado José Pimentel (PT-CE), ficou acertado que será preparado um relatório geral de opções de cortes, que serão apresentadas amanhã, em reunião com os líderes aliados. A partir daí, explicou Bernardo, o governo e os parlamentares trabalharão no detalhamento desses cortes, de modo que o relator consiga preparar o texto do seu parecer e entregá-lo no dia 12 de fevereiro à comissão.
– Meu desafio é apresentar o Orçamento em 12 de fevereiro e vou fazer isso – disse Pimentel.
Ele destacou que a postura da oposição de retardar a votação do Orçamento vai prejudicar os 27 Estados e os mais de 5 mil municípios do país que precisam do Orçamento aprovado para receber recursos do governo federal. Pimentel também afirmou que está descartado o corte linear no Orçamento e que os ajustes serão feitos de forma detalhada.
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Bernardo voltou a afirmar que cortar R$ 20 bilhões do Orçamento não é tarefa simples, mas tem que ser feita “imperiosamente”. O problema, segundo o ministro, é que ninguém quer cortar na sua área.
– As pessoas acham excelente fazer cortes de gastos, mas no outro lado da rua, no outro Poder, no outro ministério – disse Bernardo.
Ele disse que o governo vai mirar também os cortes em gastos de custeio, como despesas de passagens aéreas e de diárias, previstas em R$ 900 milhões. Mas lembrou que mesmo que fossem cortados todos os gastos de passagens e diárias, ainda seria necessário cortar outros R$ 19 bilhões.