O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, descartou o risco de paralisação de obras de rodovias federais em Santa Catarina, como a BR-470, por falta de recursos. A fala ocorreu em entrevista coletiva nesta quinta-feira (24), durante visita ao local onde está sendo construído o trecho Sul do Contorno Viário da Grande Florianópolis, em Palhoça. O ministro explodiu o primeiro dos quatro túneis que integram a obra, em andamento e com previsão de término em 2023.
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Tarcísio anunciou que o Ministério da Economia deve liberar mais recursos ao orçamento da Infraestrutura, após uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (23). Com isso, segundo o ministro, SC poderia receber mais R$ 200 milhões, e parte desse valor seria destinada à BR-470, que tem obras de duplicação no trecho de 71 quilômetros entre Navegantes e Indaial. O primeiro lote, ainda não concluído, teve início dos trabalhos em 2013.
A possibilidade de paralisação de obras como a da BR-470 é mencionada em um ofício do Ministério da Infraestrutura ao da Economia divulgado nesta quinta-feira. Segundo Tarcísio, o documento apenas “materializa” o pedido de liberação de recursos já alinhado com a pasta e o presidente.
– Temos todas as condições de estar com os lotes 1 e 2 concluídos até o final do primeiro semestre do ano que vem e avançar bastante nos lotes 3 e 4. O ofício foi para materializar discussão que já foi feita com presidente e Ministério da Economia. Vamos ter condições de manter nossas obras em andamento sem nenhum tipo de solução de continuidade, sem problemas – afirmou.
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Ministro fez detonação de primeiro túnel do Contorno Viário
O ministro participou de uma cerimônia de detonação do primeiro dos quatro túneis que compõem o Contorno Viário da Grande Florianópolis. A solenidade teve a presença da vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido), dos senadores Dario Berger (MDB), Espiridião Amin (Progressistas) e outras autoridades.
Sobre a obra, que servirá como alternativa para desviar o trânsito da BR-101 da região de Florianópolis, o ministro destacou que ela avançou após a resolução de problemas como o novo traçado, o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato com a concessionária que administra a rodovia e medidas como o reajuste do pedágio.
Tarcísio frisou que se trata da maior obra rodoviária em andamento no Brasil, com 1,7 bilhão já investidos pela empresa e 2,8 mil empregados diretos. A obra já tem 11 dos 50 quilômetros de extensão pavimentados e quatro das sete pontes duplas executadas.
– É uma obra muito complexa, pelas condições de topografia e geotecnia, mas que está em franco andamento – afirmou.
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O trecho Norte do Contorno tem 78% das obras executadas e o trecho Sul, que começou no início deste ano, cerca de 5%, segundo a empresa responsável pela construção.

Projeto sobre ferrovias poderia beneficiar SC
O ministro também falou sobre os projetos de construção de ferrovias. Antes da coletiva, Tarcísio pediu apoio dos senadores Dario Berger e Amin para a aprovação do projeto de autorizações ferroviárias, que permite investimento privado na construção de ferrovias, atualmente em tramitação no Senado. Segundo ele, isso permitiria que empreendedores construíssem trechos de estradas de ferro que poderiam ajudar na logística em regiões como o Oeste de SC.
– A gente pode imaginar que daqui a alguns anos vai ter ligação dos grãos do Mato Grosso com as indústrias de proteína animal de SC. Seria um alívio em termos de logística fenomenal. Vai acontecer, a gente só precisa abrir espaço para o empreendedor privado investir – defendeu.
Fiesc cobra avanços na BR-101 e BR-282
Antes da detonação do túnel, o ministro recebeu dois documentos do presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Um deles pede atenção ao trecho Norte da BR-101, em regiões como Itajaí, Balneário Camboriú e Joinville, onde mesmo as pistas duplicadas já não suportam o fluxo de veículos em determinados horários.
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Na coletiva, o ministro destacou a construção de dois viadutos em Balneário Camboriú e de 15 quilômetros de terceira faixa que devem ser concluídos até o final de novembro nessa região, também em execução pela concessionária. Segundo ele, isso poderia “dar um alívio grande na região”. A entidade defende uma proposta mais ampla, com pacote de obras de Piçarras a Itapema e na Grande Florianópolis.
Outra reivindicação apresentada pela Fiesc foi a de melhorias na BR-282, onde a entidade defende a construção de faixas adicionais em locais onde ocorrem ultrapassagens perigosas, além de obras em acessos e sinalização. Um estudo da federação apontou que um pacote de alterações custaria R$ 192,9 milhões.
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