O ministro-chefe da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, defendeu o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) das acusações de praticar atividades criminosas. Ao comentar as declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, sobre a entidade, diante das invasões do período de Carnaval, Vannuchi disse ver com preocupação o que ele chamou de “convencimento equivocado” de um juiz sobre movimentos sociais, como o MST.

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– Em tese, ele será chamado a votar, a proferir sentença nesse tema. O que eu sugiro é que todos nós, autoridades públicas, nesses pronunciamentos, cuidemos de separar pontos de vista e falar em nome do poder – disse Vannuchi, ressaltando que respeita as posições do chefe do Judiciário.

O ministro-chefe da secretaria pediu calma na apuração dos crimes atribuídos a militantes do MST e que os acusados respondam individualmente perante a lei por seus erros ou eventuais crimes, sem “satanizar” os movimentos sociais. Numa alusão à repressão do regime militar no Brasil, Vannuchi disse que os militantes do MST estão se tornando os “comunistas” da atualidade. Ele foi ainda mais longe e chegou a comparar as críticas ao movimento à perseguição de Hitler aos judeus.

– O MST pode ter erros, equívocos, mas não posso deixar de reconhecê-lo como movimento social. Não equacionamos isso na base da repressão, do processo judicial, prisão e lei. Movimento social tem que ser equacionado sempre com diálogo – defendeu o ministro.

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