O ex-ministro Anderson Torres, à frente da Justiça e Segurança Pública durante o governo Jair Bolsonaro (PL), é investigado pela Polícia Federal por ter articulado bloqueios ao fluxo de eleitores em ida à Bahia às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. A informação é do blog da jornalista Andréia Sadi, do g1.
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Sob o pretexto de reforçar o contingente da Polícia Federal (PF) contra supostos crimes eleitorais, como compra de votos, Torres teria ido à Bahia para pedir à superintendência local da PF para que a corporação atuasse em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) na fiscalização de rodovias durante o pleito. A intenção seria prejudicar os eleitores do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A Bahia foi o estado que deu o segundo maior percentual de votos a Lula no primeiro turno (69,7%), com 3,8 milhões de apoiadores a mais do que Bolsonaro no local.
A presença de Torres na Bahia teria chocado investigadores da PF e sido entendida como pressão para favorecer Bolsonaro com o uso da máquina pública, ainda segundo apurou o blog de Andréia Sadi. Apesar disso, a superintendência local teria ignorado o pedido do então ministro de Bolsonaro.
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Torres está preso desde 14 de janeiro, investigado por suspeita de omissão e conivência com os ataques a Brasília no dia 8 de janeiro, quando já era o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Na casa dele, ainda foi encontrada uma minuta de um golpe de Estado. O ex-ministro nega as acusações.
Na ocasião do segundo turno, em 30 de outubro do ano passado, surgiram diversas denúncias sobre operações e blitz da PRF que prejudicavam o fluxo de eleitores, em especial no Nordeste. A corporação era chefiada à época pelo bolsonarista Silvinei Vasques, hoje investigado justamente por sua atuação durante as eleições.
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