O ministro da Saúde, Marcelo Castro, entregou nesta quarta-feira, no Palácio do Planalto, a sua carta de demissão.

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— Minha situação estava muito delicada — disse ele, após lembrar que ficou “muito vulnerável e desprotegido, depois de todos os ministros do PMDB terem deixado seus cargos e da Câmara só restava eu”.

Castro foi o quinto dos seis ministros do PMDB a entregar o cargo. Ainda resta a ministra da Agricultura, a senadora Kátia Abreu. A exoneração dele, “a pedido”, será publicada no Diário Oficial desta quinta-feira. Castro declarou ainda que “não tenha a menor dúvida de que apoiarei o governo dele (Michel Temer), que é o presidente do meu partido, com quem tenho muito boa relação”.

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Ele disse que não entregou a sua carta de demissão pessoalmente à presidente Dilma porque ela estava reunida com Kátia Abreu, discutindo o plano safra que será lançado na semana que vem. O emissário foi o ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidente da República, Jaques Wagner, com quem Castro já havia conversado na noite de terça-feira.

O encontro ocorreu pouco antes das 20h, e Jaques Wagner estava reunido com o ministro-chefe da Advocacia Geral da União, José Eduardo Cardozo. Os dois ajudaram a explicar a presidente Dilma sua situação.

— Os dois argumentaram com a presidente as minhas razões — contou o ministro.

Depois de lembrar que precisava deixar o cargo, após conversar com o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), e apresentar o seu “desconforto” com a situação, Marcelo Castro justificou que era necessário sair porque é uma pessoa de partido.

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— Não tenha a menor dúvida (de que apoiarei o governo Temer). Eu sou presidente regional do PMDB no Piauí. Sou fundador do partido e não tenho a menor pretensão de sair do meu partido. Eu fui indicado ministro pela bancada do PMDB, não pedi a ninguém e não tenho nenhuma divergência ou conflito com o PMDB.

Marcelo Castro lembrou ainda que Temer “sempre respeitou a sua posição, o que me dava uma certa gratificação”. E emendou: “ele (Temer) nunca me perguntou nada. Nunca conversei com ele sobre a situação. Ele compreende que eu não poderia ter outro comportamento a não ser o que tive”.

Com a saída de Marcelo Castro, o secretário executivo da pasta, Agenor Álvares, assume o posto interinamente. Agora, serão seis os ministros interinos no governo.

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