A Polícia Federal recebeu do gabinete do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o documento do ex-executivo da Siemens Everton Rheinheimer que relata corrupção no cartel dos trens e cita propina a políticos ligados ao governo do PSDB em São Paulo.
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O ato foi confirmado pela assessoria do ministro que, no entanto, não revelou quem entregou o documento ao gabinete de Cardozo.
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A assessoria observou que é comum o ministro receber documentos, “às vezes de pessoas que se identificam, às vezes de pessoas que não se identificam”. O encaminhamento da denúncia à PF é medida corriqueira, informou o gabinete do ministro da Justiça.
O relatório com as denúncias foi enviado pelo delegado Braulio Cezar da Silva Galloni, coordenador geral de Polícia Fazendária da PF em Brasília, para a sede do órgão em São Paulo, onde é conduzido o inquérito do caso Siemens – multinacional alemã que, em maio, fechou acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para detalhar a ação do cartel em São Paulo, no período entre 1998 e 2008.
No memorando 98/2013, de 11 de junho, o delegado Galloni diz que recebeu a denúncia “via Cade”. No mesmo dia, o Cade afirmou que não fez esse encaminhamento à PF. Ontem, o Ministério da Justiça informou que partiu da própria pasta o envio do relatório do ex-executivo da Siemens à polícia.
Relatório cita esquema de corrupção e caixa 2
No relatório enviado no dia 17 de abril ao Cade, o ex-executivo da Siemens Everton Rheinheimer afirma dispor de “documentos que provam a existência de um forte esquema de corrupção” nos governos de Mario Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, que tinha como “objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e do DEM”.
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No documento, o ex-diretor da empresa alemã cita o hoje secretário da Casa Civil do governo Alckmin, deputado licenciado Edson Aparecido (PSDB), o deputado Arnaldo Jardim (PPS) e os secretários Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos), José Aníbal (Energia), deputado licenciado do PSDB, e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico), deputado licenciado do DEM, e o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB). Todos os citados negam as acusações.