Após a cena de um filme do apresentador Danilo Gentili ser associada à pedofilia nas redes sociais, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou, neste domingo (13), que tomará “medidas cabíveis” contra a produção. “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola” foi lançado há cinco anos e, no mês passado, entrou no catálogo da Netflix.
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As críticas partiram em especial de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem Gentili rompeu após após ter se mostrado um entusiasta à época da eleição de 2018.
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou ter acionado a pasta em que é chefe para tomar medidas cabíveis sobre “detalhes asquerosos” do filme de 2017, que leva o nome de livro publicado por Gentili oito anos antes.
Assim que tomei conhecimento de detalhes asquerosos do filme “Como se tornar o pior aluno da escola”, atualmente em exibição na @NetflixBrasil , determinei imediatamente que os vários setores do @JusticaGovBR adotem as providências cabíveis para o caso!!
— Anderson Torres (@andersongtorres) March 13, 2022Continua depois da publicidade
A reportagem procurou o ministério para entender quais medidas são essas, mas ainda não obteve retorno. Também tentou contato com a Secretaria Especial de Cultura do governo Bolsonaro, já que o chefe do órgão, Mário Frias, fez anúncio parecido no Twitter, também sem especificar quais ações serão colocadas em prática.
Na cena em questão, um personagem encenado pelo ator Fábio Porchat, que também teve seu nome entre os assuntos mais comentados nas redes sociais no final de semana, sugere a dois garotos que protagonizam o filme que seja masturbado por eles.
A explícita apologia ao abuso sexual infantil protagonizada pelo Fábio Porchat no filme em cartaz na Netflix é uma afronta às famílias e às nossas crianças.
— MarioFrias (@mfriasoficial) March 13, 2022
Utilizar a pedofilia como forma de “humor” é repugnante! Asqueroso! pic.twitter.com/rcHSYPsqKO
O filme
A maior parte da produção se passa em uma escola, onde os dois protagonistas encontram um caderno que propõe dicas de como causar confusão no local. O filme tem classificação indicativa de 14 anos e está inserido no gênero de comédia.
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O comediante Danilo Gentili, que, além de produtor, participa do filme como ator e roteirista, disse se orgulhar de seu trabalho em provocação ao que chamou de falso moralismo. Já Porchat, também ativo nas redes sociais, ainda não se manifestou.
“O maior orgulho que tenho na minha carreira é que consegui desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista. Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento: veio forte contra mim dos dois lados. Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo”, escreveu em publicação no domingo (13).
Os bolsonaristas que acusaram Gentili foram ainda criticados por terem se manifestado só agora. Internautas recuperaram, por exemplo, publicação elogiosa do deputado federal e pastor Marco Feliciano (PL), ícone da base aliada de Bolsonaro, ao filme.
O parlamentar veio à publico na manhã desta segunda (14), também pelo Twitter, para anunciar que apagou a postagem e que irá tomar outras providências. “Confesso que não me recordo da cena que faz apologia à pedofilia, devo ter saído para atender o telefone”, escreveu ele.
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A reportagem questionou a Netflix se ela pretende deixar de exibir o filme, que entrou em seu catálogo em 7 de fevereiro, por conta das críticas dos usuários e se ela entende que a produção faz apologia à pedofilia. A empresa disse que não iria comentar o caso.
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