O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira não acreditar que a crise financeira internacional possa influenciar o futuro do Sistema S – formado, entre outras entidades, por Senai, Sesi, Senac e Sesc. Para ele, o recorde na criação de empregos com carteira assinada este ano é um fato significativo para garantir que as metas do governo sejam cumpridas, uma vez que 2,5% do salário dos trabalhadores da indústria e do comércio destinam-se a manter o Sistema S.
Continua depois da publicidade
– Não vai ser por falta de recurso que vamos deixar de ampliar a oferta gratuita de educação profissional – disse, ao participar do programa Bom Dia Ministro, nos estúdios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Saiba mais sobre a crise financeira:
Haddad lembrou que quando foi estruturado, na década de 40, o Sistema S visava oferecer educação profissional gratuita, mas que, no final dos anos 70, as mensalidades começaram a ser cobradas. Segundo ele, o movimento foi tão vigoroso que os cursos gratuitos começaram a desaparecer das escolas do Senai e do Senac.
– A maioria dos trabalhadores não tem condição de pagar pela educação profissional. O que se inicia, com esse acordo, é um processo de reversão desse quadro, em que a gratuidade vai ser a regra, e não a exceção – disse o ministro, ao se referir a protocolo assinado em julho pelo MEC e por representantes do Sistema S.
Continua depois da publicidade
O documento prevê que até 2014 dois terços das vagas dos cursos técnicos e profissionalizantes oferecidos pelas entidades integrantes do sistema deverão ser gratuitas e destinadas à população de baixa renda.
– É até admissível a cobrança em um ou outro caso, mas, se há cobrança de uma contribuição compulsória na folha de salário, não faz sentido nenhum não usar esse recurso para oferecer cursos gratuitos para quem não pode pagar – acrescentou Haddad.
De acordo com o ministro, é preciso ainda combinar esforços para que a União, por meio da rede de Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets), e o Estado, por meio do programa Brasil Profissionalizado, cubram uma parte do território onde o Sistema S não chegará.
– Todos nós temos orçamentos limitados, mas, se nos unirmos, o orçamento não fica tão limitado assim. Se a União continuar expandindo seus investimentos em educação profissional e na ampliação da sua própria rede, se os Estados apresentarem seus projetos para combinar o ensino médio com a educação profissional, isso tudo combinado cria uma espécie de arranjo educativo que amplia as oportunidades de educação profissional.
Continua depois da publicidade
Segundo Haddad, a meta do governo não é apenas ampliar o acesso, mas garantir cursos extremamente bem organizados e que impactam na vida do trabalhador. Para ele, a ampliação do Sistema S abre caminho para que o país vivencie uma mudança de quadro muito rápida no ensino profissionalizante.