*Por Angela Boldrini e Paulo Saldaña
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, colocou a culpa nos governos anteriores pelo corte de orçamento na área, que atinge R$ 7,4 bilhões neste ano. Weintraub fala no Plenário da Câmara na tarde desta quarta-feira (15) após convocação dos deputados para explicações sobre o assunto.
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Em resposta a questionamento do deputado Orlando Silva (PC do B), Weintraub disse que o atual governo não pode ser responsabilizado pelo cenário atual da educação.
— A evolução que a educação teve nos últimos anos no Brasil não tem nada a ver com o atual governo. Porque não foi evolução, foi involução. Nós não somos responsáveis pelo contingenciamento atual, o orçamento atual foi feito pelo governo eleito de Dilma Rousseff e (Michel) Temer, que era vice. Não somos responsáveis pelo desastre da educação, não votamos neles.
Weintraub repetiu a mesma exposição que já havia feito na semana passada no Senado, em que detalha metas do Plano Nacional de Educação (PNE), mas não traz informações sobre os planos do governo para a área.
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A equipe econômica determinou um contingenciamento geral de R$ 30 bilhões. A divisão por cada área foi decidida pelo ministério da Economia. Só nas universidades federais, o corte foi de R$ 2 bilhões, o que representa 30% dos recursos discricionários.
O clima piorou nessa relação depois que o ministro indicou em entrevista que haveria cortes em instituições específicas por questões ideológicas, o que ele classificou como balbúrdia.
Na fala inicial, o ministro manteve o discurso crítico às universidades, dizendo que elas não podem continuar como "torres de marfim" e que precisam conversar mais com a sociedade.
— Não estou querendo diminuir o ensino superior. O que quero é cumprir o plano de governo que é dar prioridade para a educação básica — afirmou Weintraub.
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O corte do MEC, no entanto, não atinge apenas o ensino superior. Mas atingem da educação infantil à pós-graduação.
Nesta quarta, estudantes e professores de diversas cidades do país saíram às ruas para protestar contra os cortes no ensino. Em Santa Catarina, pelo menos nove cidades registraram manifestações. Em Florianópolis, o ato reuniu cerca de 15 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar.
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