O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou hoje que “alguns poucos radicais” ainda ameaçam o consenso do governo para a votação do projeto que altera o Código Florestal Brasileiro, prevista para entre amanhã e quarta-feira, mas projetou vitória na aprovação do tema.

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– Vamos ganhar porque soubemos construir um consenso necessário no governo; alguns poucos radicais queriam mudar o acordo neste fim de semana, mas isso não foi possível – disse o ministro, durante a abertura da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).

Sem nominar quem seriam os radicais, Rossi sinalizou para a atuação de organizações internacionais que apoiam entidades ambientalistas brasileiras contrárias à aprovação do projeto.

– É só ler o que está sendo discutido para saber que o projeto atenderá tanto agricultores como ambientalistas; mas quem critica certamente não sabe ler português – afirmou o ministro.

Rossi fez questão de acabar com qualquer rusga com a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, em relação ao projeto. “Nós formamos um consenso, sob a batuta do ministro Palocci (da Casa Civil) em praticamente tudo o que foi sugerido ao deputado Aldo Rebello (PCdoB-SP, relator do projeto), e há uma posição de que qualquer ponto de discordância será apreciado em separado na votação”, afirmou.

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Durante o discurso na cerimônia de abertura da feira, o ministro fez uma defesa aberta da aprovação do projeto para a agricultura. “O Brasil não pode matar a agricultura, que é a galinha dos ovos de ouro”, disse. O ministro declarou ainda que seguirá amanhã para Brasília (DF), logo após abrir a ExpoZebu, em Uberaba (MG), para as últimas negociações sobre o projeto.

Além de Rossi, a senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), criticou possíveis mudanças feitas de última hora no projeto considerado “consolidado” por ela.

– Não podemos permitir que isso ocorra, pois até agora todas as 60 mudanças feitas no Código Florestal foram a partir de uma caneta só, a do presidente – disse.

– Pela primeira vez o Congresso, que tem a legitimidade dos eleitores, poderá avaliar essa questão – completou.

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Até mesmo o ministro da Agricultura da Argentina, Julián Domínguez, que integra a comitiva de ministros da América do Sul em visita à Agrishow, defendeu a aprovação do projeto. Segundo ele, “os países que integram o Conselho Agropecuário do Sul (CAS) têm um compromisso de produzir e preservar o meio ambiente para agregar valor aos produtos”, afirmou.

– Prova disso é que nossa região foi a que menos degradou o meio ambiente nos últimos 60 anos – concluiu.