Após admitir nesta quarta que poderá adiar o escalonamento dos salários dos servidores públicos, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou nesta quinta que a discussão sobre o assunto é “exagerada”. Segundo ele, a medida representa uma obrigação prevista na lei de responsabilidade fiscal – caso haja uma queda acentuada da receita do país – mas não há razão para supor que ocorra tal desaceleração.

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– Provavelmente, por conta dessa crise econômica, o Brasil vai crescer um pouco menos e isso significa menos receita. Vamos ter que adequar o orçamento, fazer cortes, adiar alguns programas. Não podia ser diferente. A lei já estipula o que você tem que fazer para equilibrar o orçamento em casos graves e não acreditamos que vamos chegar a esse ponto – afirmou.

Sobre a possibilidade da medida estimular movimentos grevistas no funcionalismo público, Paulo Bernardo avaliou apenas que o setor precisa trabalhar para continuar mantendo a máquina em condições de atender bem o cidadão.

De acordo com ele, todos os acordos firmados com as entidades sindicais estão sendo cumpridos e não há razão para prolongar a discussão. Ele lembrou ainda que o reajuste dos servidores foi aprovado ontem pelo Congresso Nacional e que já foram, inclusive, pagos.

– Se houver um terremoto no Brasil, vamos ter que arrumar dinheiro. Mas isso não quer dizer que vai haver um terremoto. A discussão tem que ser muito serena. Nós estamos tranqüilos. Mesmo que seja um terremoto simbólico e financeiro, provavelmente vamos ter uma diminuição da nossa receita e aí, não tem alternativa: vamos ter que diminuir gastos. É isso que vai acontecer.

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