O presidente Jair Bolsonaro se reuniu com representantes do WhatsApp no Brasil nesta quarta-feira (27). De acordo com a Folha de São Paulo, após o encontro o ministro das Comunicações, Fábio Faria, confirmou que uma atualização experimental na plataforma, que permite grupos com milhares de pessoas, só estará disponível no país após as eleições presidenciais. 

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No dia 14 de abril deste ano a plataforma anunciou a atualização com toda a comunicação criptografada. Hoje, cada grupo de WhatsApp tem, no máximo, 256 integrantes. No anúncio, o WhatsApp informou que se comprometeu com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a não estrear as “comunidades” no Brasil antes do eventual segundo turno da eleição presidencial, marcado para 30 de outubro.

Após a reunião o ministro informou que a medida de estrear a atualização depois da decisão eleitoral não tem relação com o acordo com o TSE ou com as eleições, mas se trata de uma questão de mercado e reforçou que a novidade na plataforma está em “treinamento”. 

“Totalmente comercial. As decisões que tomaram foi em cima disso, nada a ver com eleições”, afirmou o ministro. Até o momento o WhatsApp não se manifestou sobre a reunião.

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Bolsonaro confronta acordo da plataforma com o TSE

Ainda conforme a Folha, o presidente usa as redes sociais e aplicativos de mensagens para promover a candidatura à reeleição e tem promovido a descredibilidade do sistema eleitoral, informando aos eleitores e bolsonaristas que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE querem limitar a atuação das redes e de apoiadores. 

Após o anúncio feito pelo WhatsApp sobre a atualização tardia da plataforma em solo brasileiro, no dia 16 de abril Bolsonaro declarou que pretendia propor uma reunião com representantes da plataforma para falar sobre os termos de acordo entre eles com o TSE e disse que o atraso era “inadmissível e inaceitável”. 

“Se eles [do WhatsApp] podem fazer um acordo desses com o TSE, podem fazer comigo também, por que não? Pode fazer com você, pode fazer com qualquer um. No Brasil, ou um produto está aberto a todo mundo ou tem restrição para todo mundo”, disse o presidente.

Nos Estados Unidos, durante a eleição presidencial de 2020, grande parte da desinformação que culminou na invasão do Capitólio em 6 de janeiro circulou após a votação, principalmente pelo YouTube. No Brasil, o WhatsApp foi o principal veículo de desinformação política na eleição de 2018.

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