O Ministério da Justiça e Segurança Pública já recebeu cerca de 30 mil denúncias de possíveis participantes e financiadores dos atos de vandalismo no domingo (8). As denúncias estão sendo analisadas pela secretaria de Acesso à Justiça. O balanço corresponde às informações enviadas somente na segunda-feira (9).

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O ministério comandado por Flávio Dino criou um canal de comunicação para receber informações sobre participantes de atos de vandalismo contra as sedes dos Três Poderes. As pessoas podem mandar informações para o e-mail denuncia@mj.gov.br.

Manifestantes bolsonaristas com pedidos antidemocráticos entraram na Esplanada dos Ministérios no domingo, invadiram áreas do Congresso, do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), e entraram em confronto com a Polícia Militar.

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As forças de segurança conseguiram desocupar os prédios públicos invadidos na praça dos Três Poderes, usando para isso bombas de efeito moral e spray de pimenta. Helicópteros da Polícia Militar e da Polícia Federal também agiram, sobrevoando a praça e atirando bombas de gás. A tropa de cavalaria também foi acionada, além de carros blindados.

O vandalismo contra o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a decretar a intervenção federal na área de segurança do Distrito Federal.

O petista disse que os invasores são verdadeiros vândalos e os chamou ainda de fascistas e nazistas.
O interventor federal, Ricardo Capelli, indicou o novo comandante da PM nesta segunda, coronel Klepter Rosa.

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“Sigo na Academia Nacional de Polícia acompanhando os trabalhos das forças de segurança. Presto minha homenagem aos policiais que seguem conosco sem dormir desde ontem, garantindo o sucesso das ações deflagradas após a intervenção decretada pelo presidente Lula”, disse, nas redes sociais.

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Após os atos de vandalismo e a ordem do STF para que acampamentos golpistas fossem desmantelados, bases bolsonaristas no entorno de quartéis foram desmobilizadas na segunda.

Acampamentos em Brasília, Rio, São Paulo, Manaus, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre foram aos poucos sendo esvaziados por forças de segurança como a Polícia Militar e o Exército.

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Rodovias também foram liberadas e refinarias, que estavam na mira de extremistas, funcionaram normalmente após policiais impedirem bloqueios.

Flávio Dino disse nesta segunda que haverá a abertura de três inquéritos para investigar os ataques ao Congresso, STF e Palácio do Planalto. A intenção é saber quem são as pessoas que participaram dos atos e quem são os financiadores, que ainda estão sendo identificados. Dino disse que cerca de 1.500 pessoas que participaram dos atos foram presas.

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O titular da pasta disse ainda que já foram identificados financiadores de dez estados pelos atos de vandalismo, mas não detalhou quantos seriam, em quais estados e a quais grupos seriam ligados.

Reportagem por Raquel Lopes

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