A Polícia Civil cumpriu nesta terça-feira mandados de busca e apreensão em pelo menos quatro endereços. O trabalho dos agentes e delegados iniciou às 7h, com a retirada de documentos em duas casas que pertencem ao ex-prefeito de Ilhota Ademar Felisky e também na residência de ex-funcionários da prefeitura – que não tiveram os nomes divulgados. A operação, que prosseguiu durante todo o dia, foi comandada pelo delegado Paulo Koerich:

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– A investigação corre em segredo de Justiça e, por isso, não é possível dar detalhes da ação – explicou, confirmando apenas o cumprimento de mandados nas casas do ex-prefeito e também na de ex-funcionários.

Segundo a assessoria da promotora de Gaspar Chimelly Louise de Resenes Marcon – que só falará após ter acesso ao conteúdo apreendido nas buscas -, um procedimento aberto no Ministério Público deu origem aos mandados. Um inquérito também foi instaurado pela Polícia Civil para investigar o caso. As possíveis irregularidades, porém, não foram divulgadas. Koerich limitou-se a dizer que era uma investigação de crimes contra a administração pública.

As autorizações para os mandados foram assinadas pelo juiz Clayton Cesar Wandscheer, que está em férias. A assessoria dele se negou a dar informações dos despachos, justificando que estão em segredo de Justiça.

O chefe de gabinete do atual prefeito de Ilhota, Alisson Pereira, afirmou terça-feira à tarde que a Polícia Civil não esteve no prédio da prefeitura. Confirmou que, no começo do ano, policiais recolheram um computador e solicitaram documentos à administração.

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– Nenhum dos atuais funcionários da prefeitura está envolvido nesta investigação – garan- tiu Pereira. Ademar Felisky foi prefeito de Ilhota de janeiro de 2005 a dezembro de 2012.

Ex-prefeito aponta origem política em denúncias

Felisky contou que teve apreendidos documentos do tempo em que administrou o município e também requerimentos atuais feitos por um vereador. O ex-prefeito negou qualquer irregularidade nos oito anos em que esteve no cargo e afirmou que vai esperar ser intimado pela Justiça para falar sobre a investigação, mas avaliou que as denúncias têm origem política:

– Ilhota é uma cidade pequena. Existem dois partidos. Quando A ganha, B atormenta. E vice-versa. É uma denúncia política que estão verificando. Eu quero que provem um dia que fiz algo que pudesse ocasionar algum dano aos cofres públicos.

O ex-prefeito disse ainda que duas pessoas que trabalhavam com ele já prestaram depoimentos à polícia e defendeu os ex-funcionários:

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– Praticamente todos os secretários que trabalharam comigo ficaram durante os oito anos em que estive na prefeitura. Confio totalmente neles.