A divergência entre órgãos do Estado sobre o destino de R$ 1,4 milhão que seria usado pelo Deinfra para pagar o consórcio responsável pelo estudo das condições das pontes Colombo Salles e Pedro Ivo Campos expõe um novo capítulo do desleixo com as únicas ligações entre a Ilha de Santa Catarina e o Continente que continuam em operação. O Ministério Público (MP), que acompanha a situação das estruturas há dois anos, diz ter notificado ontem o governo a se explicar sobre a demora na conclusão do estudo.

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A promotoria promete ajuizar uma ação na próxima semana caso as respostas da autarquia sejam insatisfatórias. A intenção do promotor Daniel Paladino é que o levantamento reinicie imediatamente. O Deinfra foi intimado sexta-feira e tem de responder até a metade da semana que vem. No procedimento instaurado no MP, consta um ofício enviado pelo Deinfra em maio deste ano informando que o estudo estaria paralisado por falta de recursos que seriam enviados pela Secretaria da Fazenda.

Em nota, a assessoria da Secretaria de Estado da Fazenda informou que realiza o repasse financeiro aos órgãos do Estado conforme programação estabelecida no começo de cada ano.

– Cada órgão tem conhecimento do montante a receber e faz a gestão própria dos recursos. A Fazenda ressalta ainda que os repasses para o Deinfra estão 100% em dia – alegou a secretaria via e-mail.

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Diante dessa informação, o promotor encaminhou o caso do mistério do paradeiro do recurso para a Vara da Moralidade Pública da Capital, que deverá investigar o que ocorreu com o dinheiro.

– Houve a ordem de serviço em agosto de 2013. Temos que saber para onde foi essa verba. Faz um ano e as pontes estão naquela precariedade – afirmou Paladino.

O Deinfra, também via assessoria de imprensa, relatou que até ontem à tarde nenhum comunicado do MP sobre o assunto havia chegado ao órgão.

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– Informamos ainda que, conforme nosso cronograma orçamentário/financeiro para obras, o contrato para inspeção das estruturas será retomado em agosto_ prometeu o Deinfra.

O desencontro dos valores, segundo a assessoria, seria uma questão “orçamentária”. O levantamento deveria estar pronto em fevereiro passado, de acordo com o promotor. Caso seja ajuizada ação, Paladino deve também pedir que sejam feitas rapidamente intervenções de manutenção nas estruturas.