O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) vai encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) o pedido de abertura de uma auditoria nas contas da Secretaria de Saúde. Diante dos mais de 8 mil inquéritos civis e 4,8 mil ações civis públicas instaurados desde 2014 até Julho deste ano e de uma dívida que passa dos R$ 508 milhões, o próprio governador do Estado, Raimundo Colombo, pode ser pessoalmente responsabilizado pelos problemas.

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Para isso acontecer, é preciso que existam indícios de improbidade administrativa, o que não foi encontrado até agora. Segundo o procurador-geral de Justiça do MPSC, Sandro José Neis, essa medida é necessária, porém não suficiente para melhorar o atendimento da população.

O que vai resolver a questão da saúde é a gestão. Ainda que uma ação seja aberta contra a pessoa do chefe do executivo estadual – e não importa que ele já não esteja mais no governo -, queremos saber quanto se gasta, onde, é por que não se faz com menos afirma Sandro Neis.

O órgão já tem outras ações em andamento, em sua maioria para apurar e determinar a reversão de problemas em unidades hospitalares do Estado, que vão desde a falta de itens de manutenção, passam pelo quadro insuficiente de profissionais e impactam no fechamento de leitos de UTIs neurocirúrgica e neonatal no hospital Celso Ramos e na maternidade Carmela Dutra.

A manifestação do MPSC veio quatro dias depois de o Conselho Superior do Ministério Público autorizar a abertura de inquérito contra o governador do Estado e o secretário de Saúde, Vicente Caropreso. Ainda não há data para a conclusão da auditoria.

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Luto

O anúncio da auditoria foi feito durante entrevista corretiva que aconteceu horas depois da morte do promotor do MPSC, Aor Steffens Miranda. Ele foi atropelado por Felipe Silva Pereira, que segundo a polícia dirigia uma Mercedes-Benz embriagado, na madrugada desta sexta-feira na Avenida Beira-mar de São José. O promotor tinha saído de uma partida de futebol amador e conversava com um amigo na calçada da via, perto de uma loja de materiais de construção.

O Procurador-Geral disse que “o dia é muito triste para todos os membros do Ministério Público”, e que todos perderam um “excelente colega e um irmão”. Segundo ele, um pedido para que a polícia intensificasse blitze e fiscalizações noturnas já havia sido formalizado com o intuito de reduzir os crimes de trânsito.