A disputa entre indígenas e comerciantes em Balneário Camboriú terminou com vitória da nação Kaingang. O Ministério Público Federal determinou que os indígenas possam ocupar 15 pontos espalhados pela Avenida Brasil, o que desagradou representantes da CDL e do Sincomércio.
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Por pressão das entidades de classe, a quantidade de pontos havia sido reduzida para cinco, em acordo com a prefeitura. Nesta quarta-feira, membros das duas entidades não compareceram à reunião para escolha dos 15 pontos em protesto. Em nota oficial, afirmaram que a questão indígena é “um problema a ser resolvido por quem o criou” e classificaram a Funai de “órgão decorativo, que nada faz para dar solução aos problemas indígenas”.
A decisão do procurador da República Ricardo Martins Baptista levou em conta as reclamações dos indígenas quanto à mudança proposta pelas entidades às vésperas da temporada. As tribos que costumam disputar espaço com os comerciantes vêm de Iraí (RS) e do Oeste do Estado _ neste sábado, 120 desembarcam na cidade.
O secretário de Inclusão Social de Balneário Camboriú, Luiz Marcelo Camargo, se diz preocupado com as consequências que a alteração poderá trazer à já conturbada convivência entre comerciantes e indígenas. Na última temporada os embates chegaram às vias de fato mais de uma vez.
A prefeitura tem projeto de instalar um ponto fixo para os indígenas na Praça da Bíblia, mas não houve tempo hábil para que isso ocorresse ainda este ano. Por hora, terá que intermediar o conflito que, ao que parece, é econômico e cultural.
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