O motorista Nicollas de Lima Pinto, de 39 anos, e o proprietário Heloide Longaray, dono do caminhão que causou o acidente que matou uma equipe de remo de Pelotas (RS), em 20 de outubro, foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por homicídio culposo. A batida deixou nove pessoas mortas, entre elas o condutor da van, o técnico de remo e sete atletas adolescentes, na BR-376, em Guaratuba (PR), no dia 20 de outubro.

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Os dois também foram denunciados por lesão corporal culposa contra o único sobrevivente do acidente, João Milgarejo, de 17 anos. Conforme a denúncia do MP-PR, o motorista teria dirigido de forma imprudente por conta do excesso de velocidade. O órgão também considerou o condutor como inexperiente, já que havia falta de habilidade técnica e desconhecimento tanto da via quanto do veículo que conduzia, além de negligente ao deixar de verificar o funcionamento dos freios do veículo.

Acidente na BR-376 completa um mês

Ainda, a denúncia aponta que o proprietário do veículo também agiu de modo negligente ao deixar de garantir a manutenção eficiente do sistema de freios do semirreboque do qual era dono.

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O MP-PR também afirma que, ao dirigir carregado com cerca de 24 mil quilos de peças, e em excesso de velocidade, o motorista comprometeu o acionamento do freio motor e a segurança no controle do caminhão durante a descida da serra da BR-376.

Além de punição, o MP-PR requereu na denúncia a fixação de valor mínimo de reparação em favor da vítima sobrevivente e dos herdeiros das vítimas fatais.

O NSC Total fez contato com a defesa dos denunciados. Em 20 de novembro de 2024, a defesa do motorista Nicollas de Lima Pinto afirmou que se manifestaria após a citação. Em 17 de janeiro de 2025, após a citação, a defesa se manifestou, em nota, afirmando que o acidente decorreu de falha mecânica. Confira na íntegra:

Citado acerca da denúncia oferecida pelo Ministério Público, Nicollas Otilio de Lima Pinto apresentou sua Resposta à Acusação, contrariando integralmente as assertivas ministeriais, o que fez com base em argumentos e documentos que evidenciam que o acidente envolvendo o caminhão que dirigia e a van que transportava as vítimas decorreu de falha mecânica e jamais por imperícia, negligência ou imprudência do ora acusado.

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Já a defesa do dono do caminhão Heloide Longaray não havia retornado o contato até a publicação desta matéria.

Relembre o acidente

A equipe Remo Tissot voltava de um campeonato em São Paulo e tinha como destino a cidade de Pelotas (RS). Quando viajavam pelo trecho da BR-376, em Guaratuba, ocorreu um acidente.

Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a carreta, que era conduzida pelo homem de 39 anos, perdeu os freios e atingiu a traseira da van, que foi projetada à frente e atingiu um carro. Em seguida, a van rodou na pista e o caminhão a arrastou para fora, tombando sobre ela.

Das dez pessoas que estavam na van, nove morreram. O único sobrevivente foi João Milgarejo, de 17 anos, que foi resgatado e levado ao Hospital São José, de Joinville, com ferimentos leves. Ele teve alta no dia seguinte ao acidente.

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Um guindaste foi até o local no dia seguinte para içar a carreta com o contêiner. A partir disso, foi feito o resgate dos corpos.

As vítimas faziam parte do projeto “Remar Para o Futuro”, de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Os atletas tinham conquistado sete medalhas no fim de semana em São Paulo, de onde voltavam quando sofreram o acidente.

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