O Ministério Público compara o PGC com a típica organização criminosa de uma máfia: compartilham atividades, as delegam aos seus integrantes, se aliam em ações criminosas e de terrorismo. Os promotores Flávio Duarte de Souza, Deize Mari Oechsler, Jussara Maria Viana, Maristela Nascimento Idalêncio e Wagner Pires Kuroda, que avalizaram a investigação da Polícia Civil, de janeiro deste ano, citam no inquérito o mercado ilegal do crime organizado característico e as divisões existentes neste submundo.
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Em uma esfera mais baixa estão os que se dedicam ao tráfico de drogas, sequestros, roubos, aluguel de armas, ataques a bancos e cargas. Esses criminosos costumam se envolver nas comunidades, especialmente favelas e bairros populares desassistidos. Praticam ações sociais locais para aumentar a sua proteção local com base na lei do silêncio.
Num nível um pouco mais acima estão os que conseguem estabelecer conexões para fora do seu próprio ambiente, além da periferia. O PGC, na visão dos promotores, tem atuação diversificada, na qual os elementos vão de um lugar ao outro e desenvolvem ações articuladas. É este time que faz a ponte entre a rua e a cadeia e cumpre as ordens de líderes presos.
No nível mais elevado estão criminosos que conseguem conexões com organizações de maior abrangência. No caso dos catarinenses, é como se agissem em um terreno fértil, promovendo corrupção e facilidades mesmo da cadeia, em associações com dimensões nunca vista antes no Estado, recheadas de poder, violência, vingança, impiedade e traição.
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A comparação do MP leva em conta outras máfias tradicionais como as quatro italianas (siciliana, romana, napolitana e calabresa), os cartéis colombianos e mexicanos, a Yakusa (Japão), as Tríades (China), os cartéis nigerianos, somalis e sul-africanos, os Dragões Vermelhos (Vietnã, Laos e Cambodja), a Máfia Russa e suas ramificações por todo o Leste europeu, que controla a lavagem de dinheiro e o contrabando de armas.