O Ministério Público de SC (MP-SC) aguarda a conclusão do inquérito policial para decidir se oferece ou não denúncia à Justiça Militar contra policiais de Joinville suspeitos de furtar cem armas do 8º Batalhão da Polícia Militar, no bairro Atiradores.

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Na sexta-feira, o cabo Ademir Tomelin e o soldado Jucemar da Silva Poleza foram presos preventivamente e devem ficar à espera da Justiça na Capital por até 30 dias.

Eles desempenhavam tarefas administrativas no 8o BPM e são servidores públicos há cerca de dez anos. Se condenados, podem vir a ser exonerados. Desde que as investigações começaram, em julho, dez policiais de Joinville foram afastados das duas funções.

Oito outros suspeitos voltaram às atividades, mas continuam sob investigação. Segundo o promotor de Justiça Sidney Eloy Dalabrida, não havia indícios suficientes para justificar a prisão deles.

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As investigações incluem grampos telefônicos e quebra de sigilos bancários. O MP-SC suspeita que parte do armamento tenha sido vendida a criminosos. Das armas cujo desaparecimento só veio à tona em contagem feita em junho, 91 ainda precisam ser encontradas.

A PM afirma que cinco armas foram encontradas em ocorrências e não divulgou as circunstâncias da apreensão de outras quatro.

Para concluir o inquérito, ainda é preciso ouvir dez testemunhas. Segundo o MP-SC, se os suspeitos forem condenados por peculato (quando o servidor se apropria de bem público), podem receber penas de até 15 anos de prisão.

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Contrapontos

Soldado Jucemar da Silva Poleza

Preso preventivamente, trabalhava na guarda do 8o Batalhão da PM, diretamente com o arsenal de onde sumiram as armas. Segundo o advogado Valdir Campanhara, o soldado era responsável por entregar as armas aos policiais para treino e recebê-las novamente no setor. Porém, não caberia a Jucemar fazer controle administrativo. Ele nega furto, diz o delegado.

– Ele sempre esteve à disposição do batalhão para esclarecimentos. Assim como a Justiça, é um dos maiores interessados em esclarecer o que aconteceu -, disse Campanhara.

O advogado informou ainda que o soldado prestou depoimento sobre o caso nos dias 3 e 4 de julho, antes da abertura do inquérito, e durante as investigações, no último dia 11. Como entende que o soldado não está rejudicando o andamento da investigação, a defesa planeja entrar hoje com medida jurídica para conseguir a liberdade do soldado.

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Cabo Ademir Tomelin

Preso preventivamente, também trabalhava na guarda do 8o BPM.De acordo com o advogado de defesa do cabo, Aldano José Vieira Neto, o policial optou por permanecer em silêncio até o interrogatório perante o juiz. Aldano adiantou, porém, que a prisão foi realizada para intensificar a investigação.

– Ainda não há prova concreta que possa apontálo como autor da subtração das armas -, afirmou.