O Ministério da Saúde avalia usar a Coronavac em crianças caso o imunizante seja aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Estados já se planejam para aplicar doses no público infantil, já que a vacina é a mesma utilizada em adultos. Hoje, há estoques, e o imunizante é apontado por especialistas como boa opção para crianças.
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O Instituto Butantan entrou com novo pedido para a aprovação do uso da Coronavac em crianças e adolescentes, de 3 a 17 anos, em 15 de dezembro. O prazo de avaliação da Anvisa ainda não terminou. Integrantes do Ministério da Saúde dizem que ainda não se pode estabelecer prazo para terminar a imunização das crianças no Brasil.
De acordo com interlocutores da pasta, o ritmo dependerá da possível inclusão da Coronavac no cronograma e de uma eventual ampliação da quantidade de doses adquiridas da Pfizer no primeiro trimestre.
O planejamento inicial é receber até março 20 milhões de doses pediátricas da Pfizer contra a Covid-19, suficientes para imunizar cerca de metade da população de 5 a 11 anos. Em nota, o ministério afirmou que “adquire e distribui apenas os imunizantes aprovados pela Anvisa, inclusive em casos de ampliação de faixas etárias”. O Instituto Butantan foi procurado, mas não se manifestou até a conclusão desta reportagem.
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SC aguarda aprovação da Anvisa para usar Coronavac em crianças
Nesio Fernandes, vice-presidente da região Sudeste do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e secretário da Saúde do Espírito Santo, confirmou que Estados já planejam usar a Coronavac.
Ele explicou que a vacina tem se mostrado eficaz em países que já aplicam o imunizante em crianças. Ela está sendo usada na maioria dos países sul-americanos e na China, onde já foram aplicadas mais de 120 milhões de doses no público infantil. A Coronavac ajudaria ainda a ampliar a faixa etária de crianças imunizadas para três anos e não tem restrição para aplicação junto com outros imunizantes do calendário das crianças para outras doenças.
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— Caso tenha o aval da Anvisa, é possível que as crianças estejam completamente imunizadas até o final de fevereiro. Muitos Estados possuem estoque da vacina. Com o calendário atual da entrega da Pfizer, isso só ocorreria em junho — afirmou Fernandes.
A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina diz aguardar a aprovação da Anvisa e a orientação do Ministério da Saúde para utilizar a Coronavac em crianças, mesma posição de Amazonas, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Roraima, Tocantins e Goiás.
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O governo de São Paulo já reservou 12 milhões de doses de Coronavac para o uso em crianças de 3 a 11 an os. Em nota, a Secretaria de Saúde disse que começaria a usar o imunizante imediatamente após aprovação da Anvisa. As secretarias de Saúde do Pará, da Paraíba e de Minas Gerais também afirmaram que pretendem usar o imunizante em crianças. Os três Estados têm Coronavac em estoque.
A Bahia afirmou que não usará a Coronavac em crianças. Os demais Estados não responderam.
Tecnologia torna vacinação segura
Eduardo Jorge da Fonseca Lima, membro do Departamento Científico de Imunizações da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e da CTAI (Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19), ressaltou que a vacina é segura para crianças por causa da tecnologia.
— O vírus inativado é conhecido pelos pediatras. Os estudos demonstraram que essa vacina produz anticorpos e poucos eventos adversos —afirmou. O novo pedido do Instituto Butantan para aplicar Coronavac em crianças e adolescentes é o segundo feito para esta faixa etária. O primeiro, apresentado em julho, foi avaliado pela agência reguladora e negado por causa da limitação de dados dos estudos apresentados.
Anvisa tem 30 dias para avaliar os documentos. O prazo pode ser congelado até que novos documentos sejam apresentados caso seja solicitada uma complementação.
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Já houve uma interrupção do prazo de oito dias, de 22 de dezembro a 30 de dezembro. Se não houver mais nenhuma paralisação, o prazo para a diretoria colegiada votar sobre a indicação ou não do imunizante para o público infantil termina ainda em janeiro.
A agência reguladora tem realizado rodadas de reuniões sobre a vacina Coronavac. Assim como na vacina da Pfizer, os dados têm sido debatidos com especialistas e convidados.
Isabella Ballalai, vice-presidente da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), disse que a Coronavac pode ser uma ótima opção para o público infantil se aprovada pela Anvisa. No entanto, ela ressalta que os pais, caso tenham oportunidade, devem levar os filhos para receber o imunizante da Pfizer, já autorizado.
A Anvisa autorizou o uso da vacina da Pfizer para imunizar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 em 16 de dezembro. O público infantil foi incluído no plano nacional de vacinação em 5 de janeiro.
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Lima, da SBP, disse que um estudo do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) mostra que, de 8,7 milhões de crianças que tomaram a vacina da Pfizer pediátrica, houve 12 casos de miocardite. O número é considerado muito baixo, e as crianças tiveram alta.
A vacina além de proteger as crianças, ainda aumenta a cobertura vacinal. Quanto mais pessoas imunizadas, menor a circulação do vírus.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que, “desde o início da campanha de vacinação, todas as decisões foram tomadas de forma conjunta” entre a pasta e representantes de Estados e municípios.
“A pasta reforça que todas as orientações técnicas são comunicadas imediatamente aos Estados e municípios desde o início da campanha e reforça a orientação para que todos sigam as medidas pactuadas”, afirmou o ministério.
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