O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou a contratação de mais 100 milhões de doses de vacinas do laboratório Pfizer/BioNTech e outros 38 milhões da Janssen – que tem o diferencial de necessitar de apenas uma dose para imunizar contra a Covid-19. Os imunizantes devem reforçar o Plano Nacional de Imunização (PNI) e são anunciados no momento em que o titular do ministério sofre pressão para deixar o cargo.
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Com as novas compras de mais 138 milhões de doses, o governo anuncia ter 562,9 milhões de vacinas contratadas e previstas para serem entregues até o final de 2021. Os imunizantes anunciados em entrevista coletiva nesta segunda-feira (15) se juntam a outras 10 milhões da vacina russa Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya e negociada com a empresa União Química, e 20 milhões de doses da vacina indiana Bharat Biotech, que haviam sido anunciadas nas últimas semanas.
Além dessas vacinas negociadas, há ainda os imunizantes da Astrazeneca e da Sinovac, que já estão comprados, aprovados e em uso no Brasil, e previsões de iniciativas como a Covax Facility, que também devem oferecer doses ao país.
Após anunciar os novos contratos, o ministro comentou a possibilidade de deixar o cargo, que ganhou força no domingo (14), após o presidente Jair Bolsonaro conversar com a médica Ludhmila Hajjar, apontada como possível nome para assumir o ministério no lugar de Pazuello. Nesta segunda, no entanto, Ludhmila negou o convite.
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– O ministro Pazuello vai ser substituído? Um dia sim. Pode ser curto, médio ou longo prazo. O presidente está nesta tratativa de reorganizar o ministério. Enquanto isso não for definido, a vida segue normal. Não estou doente, não pedi para sair e nenhum de nós, do nosso Executivo, está com problema algum. Quando o presidente tomar a sua decisão, faremos uma transição correta, como manda o figurino – anunciou.
Vacinas ainda precisam de autorização da Anvisa
Apesar do anúncio, as vacinas dos laboratórios Pfizer/BioNTech e Janssen, e também do Instituto Gamaleya e da Bharat Biontech, ainda não possuem registro ou autorização de uso emergencial na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essa permissão é necessária para concretizar a negociação anunciada pelo ministério. Ao comentar as compras, o ministro garantiu que se tratam de vacinas já contratadas, e não em negociação. No entanto, ressaltou que a permissão da Anvisa é pré-condição para a efetivação dos negócios.
– O contrato está feito, o empenho está feito, só será recebido e pago quando houver certificação pela Anvisa. Está previsto no contrato – afirmou o ministro.
A Pfizer havia aberto negociações com o governo federal ainda em agosto de 2020, com oferta de 70 milhões de doses, mas a compra não avançou na ocasião porque a União não teria concordado com termos do contrato exigidos pela farmacêutica.
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No cronograma apresentado pelo ministro nesta segunda, a Pfizer entregaria 1 milhão de doses em abril, 2,5 milhões em maio, 10 milhões em junho e julho, 30 milhões em agosto e 46,5 milhões em setembro. Já as doses da Janssen seriam entregues em agosto e novembro.
Com o cronograma atual, o ministro estimou que os grupos prioritários possam estar vacinados até maio, com o restante da população sendo imunizado ao longo do segundo semestre.
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Ministrério negocia com a Moderna

Além das 562,9 milhões de vacinas anunciadas pelo governo, o Ministério da Saúde também informou que negocia com a farmacêutica norte-americana Moderna, para uma possível compra de mais 13 milhões de doses.
O ministro também comentou a possibilidade de que Estados e municípios também façam compras diretas de vacinas, o que passou a ser permitido após a aprovação de uma lei específica no Congresso.
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– Estamos e municípios podem comprar vacina? Sim. E o produto desta compra deve vir para o PNI e se distribua para todo o Brasil. Não deverá haver Estados vacinando antes de outros Estados, ou municípios vacinando antes de outros municípios – pontuou.
O número de vacinas previstas é maior do que o total de brasileiros, mesmo considerando a aplicação de duas doses por pessoas, porque, segundo o ministro, o país precisa ter estoque e não pode contar com 100% das entregas, porque “há oscilações”.
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