Os maricultores catarinenses já podem comercializar ostras, vieiras e mexilhões para os demais estados brasileiros. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou novamente a venda dos moluscos nesta sexta-feira, 18. A comercialização estava suspensa desde o dia 11 de maio, quando venceu o contrato do governo do Estado com o laboratório que faz a análise da água.
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A análise microbiológica é uma das exigências do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura, que certifica e garante a origem do produto. Em Santa Catarina, esta análise é feita pela UFSC, por meio de um contrato com a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).
O secretário Estadual de Agricultura, Airton Spies, informou que houve uma interrupção por conta da mudança de contrato com o convênio de recursos que vêm justamente do Ministério da Agricultura para pagamento de serviços laboratoriais. A situação foi resolvida ainda durante a semana e as análises voltaram a ser feitas na segunda-feira (14).
— A normalização das análises microbiológicas traz um alívio para os maricultores e segurança para as indústrias e consumidores. Uma vez que, todas as condições necessárias para a inspeção federal estão sendo atendidas — diz o secretário.
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Maricultores do sul da Ilha sentem impacto da proibição da venda de ostras para outros estados
Com o resultado das primeiras análises, o Ministério da Agricultura autorizou a comercialização para os estabelecimentos com SIF. Estão totalmente liberadas para a venda de moluscos seis áreas: São Miguel, Sambaqui, Freguesia do Ribeirão, Ganchos de Fora, Fazenda da Armação e Costeira do Ribeirão. Três áreas foram liberadas sob condição, ou seja, os moluscos devem passar por tratamento térmico ou depuração: Ponta do Papagaio, Caieira da Barra do Sul e Praia do Cedro. O resultado das análises microbiológicas pode ser acompanhado no site da Cidasc.
Prejuízos
Santa Catarina é responsável por 98% da produção de ostras no país. Somente no Ribeirão da Ilha, uma das principais regiões produtoras de ostras de Florianópolis, oito famílias vivem da venda para fora do Estado. Tatiana da Gama Cunha, presidente da Associação dos Maricultores do Sul da Ilha (Amasi), informa que destes, três possuem o Serviço de Inspeção Federal (SIF), que foram afetados com a suspensão da venda.
Um deles é o empresário e produtor Paulo Antonio Constantino, da Tapera. Segundo Constantino, sem poder vender ostras e mexilhões para outros estados, o prejuízo acumulado em uma semana chegou a R$ 80 mil. Isso significa uma queda de 25% no faturamento mensal. No total, ele deixou de comercializar 2,5 mil dúzias de ostras e 1,5 toneladas de mexilhão.
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— O produtor é quem sempre fica no prejuízo — lamenta.
A associação ainda não tem o levantamento da quantidade total de ostras que deixou de ser comercializada. O prejuízo deve ser calculado na próxima semana.