O espírito de colaboração, a ajuda mútua, a transparência e a solidariedade estão entre os valores do cooperativismo e que são ensinados na Minicidade Cooperativa, um projeto da Cooperativa Educacional Magna, de Concórdia.
Continua depois da publicidade
A minicidade do Oeste catarinense conta com semáforo, rua e pequenas casas, algumas de madeira outras de alvenaria, que abrigam a prefeitura, centro cultural, livroteca, um laboratório da Embrapa e até uma cooperativa de crédito, a Credicem.
O projeto da cooperativa ficou em segundo lugar entre os 349 projetos inscritos no prêmio Concred Verde, entregue durante o Congresso Brasileiro de Cooperativismo de Crédito, realizado em setembro, em Manaus (AM).
Para participar da Credicem os alunos precisam integralizar uma cota, que é um gibi. Depois eles conseguem créditos com o recolhimento de impostos, que são latinhas entregues mensalmente na prefeitura da minicidade. Esse dinheiro virtual pode ser utilizado para a aquisição de ingressos para eventos no local, como o “Arraiá da Credicem”.
Continua depois da publicidade
– Nós arrecadamos produtos e os alunos podem comprar cachorro-quente, quem não tinha crédito, teve que fazer empréstimo – conta a professora Ariane Camillo Rossi, que é coordenadora da minicidade.
O dinheiro virtual também dá direito a comprar embalagens no supermercado. No laboratório da Embrapa, os alunos visualizam experiências ambientais.
– Aqui eles aplicam a parte teórica que vêem em sala – conta a professora Ariane.
A minicidade também conta com eleições, onde o candidato mais votado é eleito prefeito e, o segundo colocado, é o vice-prefeito. O vereador mais votado acaba sendo o presidente da Câmara e a posse é na Câmara de Vereadores do município de Concórdia. Após a eleição, as duas chapas se reúnem e juntam os projetos, para adequar sua aplicação.
Continua depois da publicidade
– A gente aprende a cooperar, a não pensar só em nós – diz o vice-prefeito João Paulo Bertol dos Santos, do 5o ano.
A prefeita Mariana Lopes Almirou, conta que uma das propostas realizadas foi embelezar a cidade, plantando flores. Para a presidente da Cooperativa Educacional Magna, Elisabeth Pelegrini, a escola procura um diferencial, que são relações mais humanizadas e a sustentabilidade.
A coordenadora pedagógica da escola, Sonia Turmena, ressaltou que a escola, fundada há 16 anos, é uma cooperativa de professores, com 30 sócios. São 480 alunos que já têm o cooperativismo como disciplina na grade curricular.
Continua depois da publicidade
Gestão e agregação de valor estão entre os desafios
O aprimoramento dos modelos de gestão e a agregação de valor de seus produtos estão entre os desafios do cooperativismo.
– O maior é justamente perpetuar-se em mercados voláteis e instáveis, por isso também temos notado em nossa base uma busca maior pela capacitação e pela profissionalização de sua gestão. O objetivo principal é promover a adoção de boas práticas de gestão e governança – diz o presidente do Sistema das Organização das Cooperativa do Brasil (OCB), Márcio Lopes de Freitas.
Para o presidente da OCB, cada vez mais as cooperativas são capazes de construir estratégias de longo prazo e de aproveitar as melhores oportunidades. Para o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Marcos Zordan, a sociedade está optando pelo cooperativismo como meio de realização econômica:
Continua depois da publicidade
– O cooperativismo deixou de ser apenas uma doutrina bonita, apurada e reconhecida mundialmente para transformar-se em um eficaz instrumento de transformação da sociedade – afirma Zordan.
Ele diz que Santa Catarina é o Estado com maior taxa relativa de envolvimento populacional com o cooperativismo: 1,6 milhão de associados em 254 cooperativas.
– Isso significa que mais da metade dos catarinenses está envolvida com esse avançado modelo de associativismo.
Continua depois da publicidade