Nem verde e amarelo nem grito de gol. Ser gandula de uma Copa do Mundo é participar do jogo de abertura, vendo a estreia do Brasil, e, ainda assim, ter neutralidade. Mas tudo fica mais colorido quando a primeira bola que você entrega vai direto para os cuidados de Neymar Júnior. Quem sabe muito bem disso é a atleta joinvilense Juliana dos Santos Garcia, que, aos 14 anos, participou de três jogos da copa servindo bolas para os jogadores. Agora, ela está de volta à rotina de treino e competição de futebol e futsal.

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– Minha vontade era de pular – contou Juliana, mais conhecida como Jubba, sem conter a empolgação diante da primeira bola que entregou como gandula, recebida pelo atacante brasileiro Neymar.

Foi a primeira falta do jogo. Neymar veio até a lateral, enquanto falava com Fred ou Marcelo – Juba não lembra muito bem -, e acenou pedindo a bola. Mas nem isso tirou a atenção da jovem gandula joinvilense. Os três gols brasileiros ela não pôde gritar.

– Ficava parada, que nem uma estátua – lamentou ela, que vestia um uniforme totalmente preto, com somente um vestígio da bandeira brasileira no azul das chuteiras de futebol society.

Além das boas lembranças, Juliana observou muito a movimentação e o toque de bola no estilo europeu. Com isso, ela conseguiu perceber como os times mantém por mais tempo a posse de bola e o domínio do jogo. Juba serviu bola também para Hulk, Marcelo e para um croata que não soube identificar.

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A experiência foi muito mais positiva. Apesar de, no jogo de estreia, ter acordado às 6 horas e ido direto para o estádio treinar a entrada dos jogadores com as criança no início da partida, participar da Copa do Mundo compensou qualquer infortúnio. Do pão com suco no almoço às horas intermináveis de Fifa 2014 no Playstation 4, o que ficou foi a emoção de ver o hino cantado pela torcida brasileira, um momento esperado e assistido desde o aquecimento dos jogadores brasileiros até a troca de uniforme e a entrada oficial com a crianças que ela ajudou a ensaiar.

Enquanto trabalhava como gandula, Juba foi bicampeã de futebol no Regional, disputado entre escolas do norte e nordeste de Santa Catarina. Neste sábado ela joga as Olímpiadas Escolares de Santa Catarina, com o time de futsal feminino sub 15 da Fundação de Esportes, Lazer e Eventos de Joinville.

Ela acredita que o Brasil passará pela Colômbia fazendo dois gols, sem levar nenhum. Outra esperança que alimenta é a de um dia assistir à própria entrada no gramado de uma competição do porte de uma Copa do Mundo, vestindo Brasil, sem esconder nem verde nem amarelo.

– Imagino toda hora isso – confessou.