O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (MDB), participou na tarde desta quinta-feira de uma reunião da Defesa Civil estadual para falar sobre a situação das pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles. O foco do encontro foi a situação da estrutura da Pedro Ivo, que na noite de quarta-feira precisou de reparos emergenciais por conta da soltura de uma junta metálica. Loureiro garantiu que a prefeitura está acompanhando a situação e que mesmo tendo a certeza técnica de que não há riscos estruturais na ponte, é preciso passar essa tranquilidade para a população de maneira clara. Disse ainda que, se for necessário, vai disponibilizar a equipe técnica da prefeitura para colaborar no que for preciso.
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Confira entrevista na íntegra:
O que de fato a prefeitura pretende ou estuda fazer para pressionar que as reformas saiam do papel?
Sai de uma reunião agora com a Defesa Civil do governo do Estado com quem foi discutido um plano de contingência e as ações em função do evento de ontem (quarta-feira). Eu levei oito secretários municipais para a reunião, toda a minha estrutura, Câmara de Vereadores, foi todo mundo. Acho que precisa, de maneira muito intensa, deixar claro, por parte do Deinfra ou da Secretaria de Infraestrutura, de que não há risco à sociedade. Que mesmo tendo uma certeza técnica de que não tem risco, para o leigo em engenharia isso ainda é difícil compreender.
Está prevista mais uma revisão em todas as juntas de dilatação no período da noite, isso está confirmado. Determinamos de fazer, a partir do plano de contingência municipal que já existe, uma adequação para o caso eventual de ter que suspender a ponte toda, para permitir o acesso pela Colombo Salles, como foi feito na época do apagão. A gente faz o desvio, já foi combinado entre Polícia Rodoviária Federal, Guarda Municipal e Polícia Militar.
O secretário falou muito claro hoje que a expectativa é de que até o final do mês já dar a ordem de serviço para poder iniciar (a reforma). Minha cobrança continua sendo para trazer uma informação técnica mais detalhada e não apenas falar que está tudo certo com a ponte. Falar que o risco que aconteceu ali foi da trepidação, de um carro mais pesado passar e, eventualmente, poder soltar. Revisamos todas (as juntas), não existe mais a probabilidade de acontecer. Minha cobrança está nesse sentido. Estamos acompanhando passo a passo. Eu como prefeito não posso me omitir num momento desses.
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Se tivesse ocorrido uma cobrança mais intensa da prefeitura antes desse episódio teria agilizado esse processo de licitação?
Não é o fato de eu estar no MDB que eu não possa cobrar de um governo que não é MDB. Até por que eu cobrei desde quando eu era deputado estadual, quando eu presidia a comissão de mobilidade. Naquela época, eu tenho as reuniões, declarações da imprensa, de que eu já cobrava do governador Raimundo Colombo realizar a licitação para a reforma das pontes. Naquela época ele lançou o edital de licitação pela pressão para ser feito.
Quando aconteceu isso, foi concluído o processo licitatório, isso já faz três anos, esse processo precisou ter um processo de supervisão da obra, uma nova licitação. Eles lançaram, o TCE suspendeu por que entendia que a modalidade apresentada não era adequada. Ficaram nessa discussão um tempo, eu cobrei de novo no governo Raimundo Colombo. Discutiram, foi para o TCE, continuou irregular.
Eu cobrei de maneira mais intensa do governador Eduardo (Pinho Moreira, MDB) até por ser na época do meu partido. Ele garantiu que eles iam chegar a um acordo no TCE, que acabou demorando, mas no governo dele acabou concluindo e foi lançada a licitação da supervisão na modalidade técnica e preço, que era o que o Deinfra faria. Agora, chegando aos prazos finais, houve um recurso que o governo atual respondeu recentemente, entre as empresas vencedoras, que foi julgado e agora está em fase final. Então, falar que eu estou cobrando agora o que eu não cobrava antes não é verdade.
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Se for necessário a prefeitura tem condições de ajudar de alguma maneira o Estado na situação das pontes?
Levei nessa reunião o secretário de Segurança Pública, o presidente do Ipuf, o comandante da Guarda Municipal, o secretário municipal de Infraestrutura, que conhece a equipe da secretaria estadual, e se for necessário o apoio da equipe técnica da prefeitura, nós já estamos à disposição para colaborar. Sei que o Deinfra tem uma equipe qualificada, pronta para isso.
Realizamos a integração do trabalho da Polícia Rodoviária Federal, Guarda Municipal e Polícia Militar que cuida da ponte, que é dela a responsabilidade, sob a coordenação do meu secretário de Segurança Pública. Já temos todo um planejamento feito com todas as estruturas da prefeitura, inclusive com a Defesa Civil municipal, que trabalha em conjunto com a estadual em qualquer eventualidade.
Nós entendemos que a responsabilidade de qualquer coisa na cidade é de todos, mesmo a competência sendo do governo do Estado fazer, a prefeitura tem por obrigação estar à disposição. Por isso que eu fui pessoalmente na reunião com oito secretários para falar com os técnicos. Nossa visão é de colaboração, inclusive sugerimos para eles, reforcei a minha cobrança em cima da necessidade de esclarecimento para a população.
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