Vereador eleito em sete oportunidades, Odir Nunes (PSDB) inicia neste ano o seu oitavo mandato na Câmara – em uma eleição, entrou como suplente, assumindo o cargo logo no início da legislatura. Professor aposentado, Odir já ocupou cargos importantes na Prefeitura.

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Foi secretário de Desenvolvimento Comunitário na gestão de Luiz Gomes, o Lula, no início dos anos de 1990; secretário de Habitação de Wittich Freitag também nos anos de 1990; secretário distrital de Pirabeiraba no governo de Luiz Henrique da Silveira; diretor da Casan; e presidente da Câmara no biênio 2011-2012.

Agora, aos 60 anos, se diz pronto para iniciar um novo ciclo e discutir os problemas da cidade com o mesmo vigor e entusiasmo.

Qual será sua primeira ação no novo mandato? Algum projeto especial?

– Um dos principais projetos é sobre a acessibilidade em Joinville. A cidade se transforma a cada dia e precisamos acompanhar essas transformações. O termo acessibilidade é muito amplo e as grandes cidades sofrem muito com essa questão hoje em dia. Algumas se modernizam, buscam alternativas, mas o fato é que quando se tem acessibilidade, há uma melhora também na mobilidade. Esse vai ser um dos pontos que teremos de discutir muito na Câmara. Outra questão diz respeito ao meio ambiente, principalmente na região onde se encontram os mananciais de água. Queremos olhar com mais carinho para essa questão e cobrar do Executivo mais ação. Temos uma grande ocupação irregular na região dos mananciais de Joinville. Se não cuidarmos agora, vamos ter reflexo negativo e um futuro sombrio, com o comprometimento do abastecimento, inclusive. Conheço bem essa questão, sou da região de Pirabeiraba e vejo a cada dia a ocupação desordenada por lá. Pirabeiraba é a pérola de Joinville. De lá, saem 73% da água consumida no município.

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O senhor chega à oitava legislatura. Na sua avaliação, de que forma essa sequência de mandatos pode ser benéfica na sua gestão?

– Tomei posse pela primeira vez em 1989 e tive uma grande emoção. Continuo com essa mesma emoção, com a mesma vontade, dedicação e entusiasmo como se fosse o primeiro mandato. Há apenas um diferencial: a experiência acumulada ao longo dos anos. Muitos me perguntam se eu tenho bandeiras. Minha bandeira é por uma Joinville melhor, seja na saúde, na educação ou a cidade como um todo.

No dia da posse, o senhor se declarou contrário à eleição da mesa diretora e posicionou-se como oposição ao governo. O senhor acredita que essa postura pode trazer alguma dificuldade durante o seu mandato? E de que forma o senhor pretende ganhar aliados?

– Vou continuar na oposição. Não posso responder pelos demais vereadores. Cada um deve se comportar de acordo com a sua consciência. É muito importante na democracia termos oposição, um equilíbrio de forças. Quando o poder tem a força de comando sem oposição, isso é ruim para o povo, é ruim para a sociedade, porque não se discutem com profundidade as questões relativas ao desenvolvimento da cidade. Quando se tem um equilíbrio de forças, a sociedade participa e tem condições de participar. Vou continuar na oposição. Me elegi três vezes nessa condição e isso é sinal de que fizemos uma oposição inteligente e coerente. Não se pode fazer oposição por ser oposição. Oposição não significa votar contra os projetos do prefeito. Ela consiste em discutir de forma mais intensa os projetos e as reivindicações da cidade. Lamento que a nova Câmara dê indicativos de ser um cartório de homologação. Isso é ruim para a sociedade. As urnas disseram três vezes que estávamos no caminho certo porque fomos coerentes. A unanimidade, para mim, é burrice.

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A Câmara teve uma renovação superior a 50% nas últimas eleições. Como esse recado das urnas deve ser interpretado pela classe política?

– Desde novo, gostei muito de política, sempre quis discutir as coisas. Me espelhei no comportamento dos bons políticos. E quando você depende do voto, existe uma frase marcante que orientou a minha vida, do saudoso deputado Ulysses Guimarães: “Ou nós mudamos ou eles nos mudam”. Graças a Deus, estou no oitavo mandato, nunca disputei outro cargo e sempre acompanhei as novas ideias, os novos pensamentos, a nova forma de fazer política. Ulysses foi muito claro quando disse essa frase. Eu sempre procurei mudar, acompanhar e ouvir o clamor da sociedade. A única forma de fazer mudança democraticamente no campo político é por meio do voto, e a cada eleição a gente tem de ouvir o recado das urnas porque a cada eleição é a renovação da esperança da população, de resolver os seus problemas e ouvir as propostas.

O senhor está confiante neste início de novo mandato?

– Com certeza. A renovação é sempre boa dentro do sistema. Feliz de nós que vivemos na democracia e que a cada quatro anos temos a opção de votar e mudar, de dizer quem queremos no comando e oriente os destinos da nossa cidade. Temos essa condição de fazer as mudanças e entendemos perfeitamente que a população está a cada dia mais exigente. Se você não acompanha os anseios da população, ela muda. Graças a Deus, acompanhei e tive a felicidade de entrar para a história de Joinville e do Brasil. Sou o único vereador de uma cidade do porte de Joinville que conseguiu ser eleito por oito mandatos. Costumo dizer que tenho dois grandes patrimônios na minha vida: a família e as oito eleições.

Perfil

Nome completo: Odir Nunes da Silva.

Idade: 60 anos.

Local de nascimento: Vidal Ramos.

Estado civil: casado.

Filhos: Fernanda, 34 anos; Eduardo, 31; Matheus, 29; e André, 17.

Grau de instrução: superior completo.

Formação: professor aposentado.

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* O colunista Jefferson Saavedra está de férias e volta a escrever neste espaço no dia 9 de fevereiro. Sugestões de notas e reportagens no período de ausência do colunista podem ser enviadas para o jornalista Jean Balbinotti pelo e-mail jean.balbinotti@an.com.br ou pelo telefone (47) 3419-2147.

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