A chuva e a multidão não desencorajaram a pequena Maria Heloisa da Silva de ficar lado a lado com o seu ídolo, o surfista Adriano de Souza, o Mineirinho. O campeão mundial esteve quarta-feira em Imbituba para dar uma aula especial a jovens atletas nas proximidades do porto da cidade.
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Praticante desde os cinco anos, a menina — hoje com 13 — estava ansiosa para conhecer o mais novo detentor do título mundial do surfe para, ao lado dele, encarar algumas ondas. Aprender novas manobras também era seu objetivo.
— Fiquei muito tempo sem praticar porque meu padrasto não deixava. Mas agora estou de volta. Estou nervosa, porque finalmente vou conhecer o Mineirinho. É um bom sinal — diz Maria Heloísa.
Não só ela, como dezenas de crianças (e adultos) aguardavam com ansiedade a chegada do atleta na reclusa Praia do Porto, local que o turista deve encontrar sem ajuda de qualquer placas ou sinalização. Bem ali o nativo e servidor público Leandro Elias, mais conhecido como Bananinha, comanda uma escolinha voltada para o ensino do surfe a cerca de 150 crianças — a maioria carentes — da região. Tudo o que cobra delas é que apresentem boletim com notas azuis na escola.
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Por meio das redes sociais, Bananinha combinou com o próprio Mineirinho, paulista de nascimento que mora em Florianópolis, uma visita à comunidade do Sul do Estado, após o campeão postar uma foto no Facebook dizendo que ficaria contente em ajudar um projeto social. É o caso da iniciativa de Imbituba.
— A escolinha existe desde 2004 e até hoje não conseguimos nenhum tipo de apoio da prefeitura. Então, a presença de uma pessoa como o Mineirinho em nossa comunidade é um grande estímulo. A atitude dele foi maravilhosa. Além da aula, veio doar roupas e pranchas — comemora Bananinha.
Multidão recebe o campeão mundial
Quando Mineirinho chegou, uma multidão o aguardava. Ao avistar ele, a criançada entoou a ¿torcida do sapinho¿, um misto de assovio e grito de comemoração, para logo depois se aglomerar ao seu redor. Surpreso, o atleta disse que não esperava por uma recepção tão calorosa e desconfiou se conseguiria dar uma aula para tanta gente:
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— Na verdade, eu vim mais para dar uma força para o Bananinha, estimular a garotada e tudo o mais. Não esperava ver tanta gente.Mas é uma honra estar aqui. Combinamos rápido, de um dia para o outro, e vim com minha roupa de borracha e tudo.
A atividade quase foi cancelada decido ao tempo ruim, mas diante de tantos pedidos, o campeão não teve como recusar. Vestiu a roupa de borracha, botou a prancha debaixo do baixo e se jogou no mar, seguido pela garotada. Durante quase meia hora compartilhou as ondas com os jovens aspirantes. Tempo suficiente para Maria Heloísa renovar as esperanças de um dia chegar a vencer um campeonato mundial, tal como o ídolo.