O brasileiro Adriano de Souza, o Mineirinho, surpreendeu a todos na primeira etapa do Circuito Mundial de surfe, disputado em Gold Coast , na Austrália, e ficou com o vice-campeonato, o que lhe rendeu a segunda posição no ranking mundial. Nesta semana, o surfista está em Bells Beach, também na Austrália. Graças à boa posição no ranking, Mineirinho estreará apenas na segunda fase da competição, contra o australiano Drew Courtney . Para cair na água, entretanto, o brazuca terá de esperar uma melhora na condição das ondas, que tem impedido a realização das baterias desde a última segunda-feira. A estreia deve ocorrer nesta sexta.

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Depois do belo começo em Gold Coast quais as suas expectativas para a etapa de Bells Beach?

Mineirinho: Vou como sempre. Buscar fazer o melhor trabalho e dar tudo de mim em busca do melhor resultado e da vitória.

Seus bons resultados na primeira etapa podem aumentar a cobrança que vem de fora e até a sua?

Mineirinho: A cobrança e a pressão são coisas naturais em um atleta. Mas eu não tenho cobrança não. O que aumenta mesmo é a responsabilidade.

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O Kelly Slater não foi tão bem na primeira etapa, na qual experimentou uma prancha revolucionária, com quatro quilhas. Como você acredita que ele vem para esta etapa?

Mineirinho: O Kelly sempre é favorito. Em qualquer situação. Ele vem com tudo em busca da vitoria.

Você apresentou uma evolução muito grande de 2007 para 2008. Como você explica isso? É um aumento na maturidade, pelo fato de conhecer os locais de disputa?

Mineirinho: É uma soma de vários aspectos: maturidade, confiança, acerto do equipamento e etc..

Este é o ano em que o Brasil tem menos surfistas na elite, mas em compensação demonstrou muita força com seu desempenho. Como você vê essa situação?

Mineirinho: Eu acho que isto é uma adequação do surfe no Brasil, o circuito está muito equilibrado, todo mundo super bem. O Heitor (Alves) está mais adaptado este ano e o Jihad (Khodr) mais confiante. Iremos procurar representar da melhor maneira. Acho que nos próximos anos teremos mais brasileiros dentro do WCT, surfistas como o Jadson, Wigolly, Miguel, Alejo e outros.

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Em compensação, no feminino, o Brasil conta com três representantes (Bruna Schmitz, Silvana Lima e Jacqueline Silva). Como você vê esse crescimento das meninas?

Mineirinho: É difícil falar que é por isto ou por aquilo. As três têm méritos em estar no WCT, cada uma com sua história e seu caminho. O nível técnico das meninas evoluiu muito e no Brasil também. Ainda temos a Tininha, a Cláudia e outras meninas vindo ai.

Além das etapas do WCT você vai se dedicar a alguma etapa especial do WQS?

Mineirinho: Eu vou disputar uma ou outra etapa dentro de meu planejamento, que tem o foco no WCT. A princípio vou correr os WQS de Trestles (EUA), em abril, e Huntigton (EUA), em julho, e talvez algum no Brasil.

Acredita que neste ano pode chegar a sua primeira vitória no WCT?

Mineirinho: Estou trabalhando para isto.

O fato de você ter ganho um prêmio da Associação dos Surfistas Profissionais (ASP) de melhor performance em 2008 faz com que os rivais te vejam com mais respeito?

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Mineirinho: É claro que sim. Mas somado a isto, eles estão vendo que estou trabalhando há bastante tempo na busca da evolução para poder brigar por alguma coisa no tour.

O Kelly Slater é um grande astro e uma legenda viva. Como é sua relação com ele? Já chegaram a conversar?

Mineirinho: Nossa relação é normal, às vezes trocamos alguma ideia sim.