Em 3 de fevereiro, a boa imagem construída pelo Mineirão, cuja reforma foi concluída sem atrasos, foi arranhada. Na reinauguração do estádio, não havia água, a demora na abertura de estacionamentos provocou filas e faltaram guichês para a venda de ingressos. O vexame provocou a interferência do governo estadual, que multou a Minas Arena – empresa que administra o estádio – em R$ 1 milhão.
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A multa foi anunciada, mas ainda não aplicada: o Ministério Público abriu inquérito para investigar as irregularidades e, segundo o promotor Edson Antenor, se reuniu com a secretaria da Copa. Ao final do processo, o órgão decidirá se o R$ 1 milhão será cobrado ou não da Minas Arena.
Agora, a empresa e o Cruzeiro – que tem contrato para mandar seus jogos no Mineirão – correm para ajeitar as coisas antes da Copa das Confederações. O clube assumiu a venda de ingressos e vai mudar a sinalização no entorno do estádio, abrir todos os guichês da bilheteria e redividir os setores do Mineirão para facilitar a entrada de torcedores.
– Estamos trabalhando com o que chamamos de projeto Zero Erro, para que não haja mais problemas de bilheteria e de acesso – disse o diretor de Tecnologia de Informação do clube, Aristóteles Lorêdo.
Além da melhoria na logística na venda de ingressos, foi criada uma equipe de profissionais treinados para orientação dos torcedores. Já nas bilheterias, foi implementado um projeto de sinalização, que orienta ao torcedor a escolher o seu assento antes de chegar aos guichês de compra. O estacionamento, para 2.925 vagas, começou a ser aberto três horas antes do começo dos jogos, e a companhia de trânsito de Belo Horizonte monitora o tráfego em volta do Mineirão para melhorar a fluidez.
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Se a falta d’água do primeiro jogo não se repetiu, torcedores ainda reclamam da falta de um dos mais tradicionais pratos servidos no estádio: o Tropeiro. Tradicional “prato feito” mineiro, agora vem sem o bife inteiro e o ovo frito, que compunham, com arroz, couve, feijão tropeiro e torresmo, o prato. Na última partida, entre América e Cruzeiro, a reportagem flagrou a Vigilância Sanitária determinando que a couve não fosse mais servida naquele dia. O motivo não foi informado.
O consórcio informou que está se adequando aos padrões de qualidade sanitária para que seja possível que o bife inteiro e o ovo frito voltem a figurar no tradicional prato-feito da culinária mineira, ao lado do arroz, couve, feijão tropeiro e torresmo. A estimativa é que em 45 dias os frequentadores do estádio possam desfrutar do tradicional Tropeirão novamente.