A aprovação da Lei Rouanet para três desfiles de moda de estilistas brasileiros – Pedro Lourenço, Alexandre Herchcovitch e Ronaldo Fraga – deram o que falar na quinta-feira. O Ministério da Cultura aprovou a utilização de dinheiro público, captado através da lei, para incentivar os trabalhos classificados como mostras.

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Revelação da moda brasileira, Pedro Lourenço, por exemplo, foi autorizado a captar R$ 2,8 milhões para levar duas coleções inspiradas em Carmem Miranda para a semana de moda de Paris em outubro próximo e março de 2014. À revista Vogue ele comentou:

– Represento o Brasil na semana de Moda de Paris há três anos por conta própria e sem nenhum investidor por trás da minha marca. Tenho esta responsabilidade e esta pressão financeira desde os 19 anos – e, uma vez que você começa a desfilar em Paris, você não pode parar. É muito frágil para a imagem da indústria de moda brasileira interromper uma temporada. O melhor disso tudo é o reconhecimento da moda em seus valores criativos e autorais, o reconhecimento da moda enquanto expressão contemporânea de uma cultura e o retrato de uma época que, apesar do efêmero momento do desfile, estabelece a história de um povo e de uma nação. Acredito que a roupa não é uma obra de arte, tampouco sou eu quem deva dizer o que é ou não uma obra de arte, isso é função dos críticos e dos historiadores estabelecer.

Segundo a Folha de S. Paulo, a captação havia sido negada pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (Cnic) com sete votos contra e sete abstenções, mas a ministra Marta Suplicy intercedeu e autorizou, argumentando que a decisão fortalecerá a imagem do Brasil no Exterior.

Em nota, manifestou-se: “O Brasil luta há muito tempo para se introduzir e ter uma imagem forte na moda internacional. Essa oportunidade tem como consequência o incremento das confecções e gera empregos. E é um extraordinário ‘soft power’ no imaginário de um Brasil glamouroso e atraente”.

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Também favorecidos pela Lei de Incentivo à Cultura, Herchcovitch poderá captar até R$ 2,6 milhões para apresentar uma coleção feminina desfilada em duas cidades centrais no calendário da moda nas Américas, São Paulo e Nova York, e Ronaldo Fraga terá até R$ 2 milhões para apresentar duas coleções no São Paulo Fashion Week, inspiradas em Mário de Andrade, João Cabral de Melo Neto e no artesão Espedito Seleiro.