O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou nesta terça-feira que “acabou a moleza e a impunidade” nos casos de violação da legislação sobre meio ambiente, ao se referir ao decreto em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva define penas mais rígidas para infratores da Lei de Crimes Ambientais.
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– Quem desafiar as autoridades vai sentir o peso da mão do Estado – disse.
Porém, menos enfático do que no período dos primeiros dias de sua gestão à frente do ministério, Minc anunciou que não haverá operações-surpresa contra os que desrespeitam o meio ambiente e que as ações serão previamente discutidas com Estados e municípios.
As declarações de Minc foram feitas durante visita do presidente Lula a um centro de triagem de animais silvestres do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na cidade de Taguatinga, a 25 quilômetros de Brasília.
No local, a procuradora-geral do Ibama e do Instituto Chico Mendes, Andréia Vulcanis, afirmou que o decreto assegura “mais qualidade” ao processo de preservação ambiental, pois coloca de forma mais clara as regras.
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Ela citou como pontos importantes a aplicação de multas no caso de quem não averbar (registrar) reservas legais nas propriedades, a maior rapidez na venda de madeiras, bois e grãos apreendidos e a redução de quatro para duas as instâncias de recursos contra multas.
Com o novo decreto, um hectare desmatado de forma ilegal pode acarretar uma multa de R$ 5 mil. Mas o decreto permite que o infrator converta a maior parte da multa, 60%, em serviços ambientais, como a recuperação da área degradada. Antes, o desconto poderia chegar a 90%. As multas estabelecidas variam de R$ 50 a R$ 50 milhões.