Enquanto o solo em Maceió segue afundando em ritmo acelerado, o Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL) autuou, nesta terça (5), a Braskem em mais de R$ 72 milhões por omissão de informações, danos ambientais e pelo risco de colapso e desabamento da mina 18, na região do Mutange. As informações são da Agência Brasil.

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Desde 2018, quando foram registrados os primeiros tremores no solo, a Braskem já foi autuada 20 vezes pelo instituto. O IMA-AL informou que a primeira multa, no valor de R$ 70.274.316,34, foi aplicada devido à degradação ambiental decorrente de atividades que, direta ou indiretamente, afetam a segurança e o bem-estar da população, “gerando condições desfavoráveis para as atividades sociais e econômicas”.

Um estudo do IMA-AL já havia constatado dano ambiental na região da mina 18. A nova ocorrência de colapso da mina, verificada in loco, foi caracterizada como reincidência.

“Além dessa autuação, a Braskem vai responder também pela omissão de informações sobre a obstrução da cavidade da mina 18, detectada no dia 07/11/2023, quando a empresa realizou o exame de sonar prévio para o início do seu preenchimento, em desconformidade com a Licença de Operação n° 2023.18011352030.Exp.Lon. A multa é de R$ 2.027.143,92”, informou o instituto.

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Imagens da tragédia em Maceió

Afundamento acelerando

Enquanto isso, o solo sobre a mina 18 segue afundando em ritmo acelerado. Em boletim divulgado na manhã desta terça-feira, a Defesa Civil informou que a velocidade vertical era de 0,27 centímetros por hora. Ontem (4), esse valor era de 0,26.

Com isso, o deslocamento vertical acumulado da mina é de 1,86 metros, apresentando um movimento de 6,5 centímetros nas últimas 24 horas. A Defesa Civil informou que segue em alerta máximo devido ao risco iminente de colapso da mina.

“Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo”, diz o boletim.

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