Um dia depois de o governo da Venezuela decretar “estado de emergência elétrica” no país válido por 90 dias e, em meio à controvérsia, que o tema provoca entre governo e oposição, escancararam-se os gargalos da indústria venezuelana e o quanto isso compromete a produção.

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O estado de emergência se traduz no uso das forças armadas para evitar eventuais sabotagens na geração e na distribuição de energia elétrica, totalmente estatizadas.

Enquanto o governo responsabiliza a oposição por supostos atos de sabotagem contra a infraestrutura, a oposição nega participação e critica o presidente Nicolás Maduro por falhar na gestão do setor.

– Há cerca de 50 detidos (acusados de sabotagem), todos ligados à direita, militantes de partidos da burguesia – discursou Maduro, ao anunciar o que chama de “militarização” do setor.

– O setor foi estatizado no governo de Hugo Chávez, que apostou em unidades geradoras de pequeno porte, investindo pouco – criticouRicardo Villasmil, assessor do oposicionista Henrique Capriles, a Zero Hora.

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O presidente da Confederação Venezuelana nos Industriais (Conindustria), Carlos Larrazábal, expõe a situação do setor: a queda na geração elétrica provoca redução de 20% na produção industrial.

– O problema é de falta de investimentos e manutenção – diz ele, detalhando que a desaceleração é mais intensa no setor alimentício (45%), químico (50%), de celulose (58%) e de confecções e metalurgia (55%).

O ministro de Energia venezuelano, Jesse Chacón, reconhece que o investimento está abaixo da demanda, mas diz que há desperdício e suspeitas de sabotagem.