Dirigentes militares americanos propuseram ao governo que seja estabelecida uma zona de exclusão aérea na Síria, assim como a entrega de armas, informou nesta sexta-feira a imprensa americana.

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Até o momento, Washington só proporcionou – oficialmente – ajuda não letal aos rebeldes sírios.

A zona de exclusão aérea proposta se estenderia 40 km dentro da Síria, e seria aplicada por aviões militares no espaço a partir da Jordânia e armados com mísseis ar-ar, informou o The Wall Street Journal, que cita funcionários não identificados.

O jornal também informa que o presidente Barack Obama emitiu uma ordem secreta à Agência Central de Inteligência (CIA) para que coordene com os aliados dos Estados Unidos a entrega de armas aos rebeldes.

O material para os rebeldes incluiria armas pequenas, munições e armas antitanques, embora não antiaéreas, indicou, por sua parte, o The New York Times, que também cita funcionários não identificados.

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Especialistas militares advertem há tempos que uma zona de exclusão aérea poderia requerer por parte de aviões ocidentais a destruição das relativamente boas defesas da Síria.

Mas, de acordo com o Journal, os autores do plano americano acreditam que esta zona de exclusão pode vir a ser imposta num prazo de um mês sem ter de destruir as baterias antiaéreas sírias.

Essa decisão pode, inclusive, ser tomada sem uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas porque os aviões americanos não entrariam regularmente no espaço aéreo sírio, e os militares americanos não interfeririam no território do país.

Os funcionários alegam que a zona de exclusão é necessária para montar um acampamento para treinar os rebeldes.

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Esta zona de exclusão aérea limitada custaria 50 milhões de dólares por dia, muito menos que uma zona de exclusão que abrangesse todo o espaço aéreo sírio. Os funcionários americanos esperam que os aliados de Washington ajudem a cobrir os custos.

Aviões americanos voariam da Jordânia – onde já foram posicionados mísseis Patriot e caças F-16 – e de navios no Mediterrâneo e no Mar Vermelho, indicou o Journal.

O senador republicano John McCain defende no Congresso o estabelecimento desta zona de exclusão aérea na Síria, alegando que, caso contrário, os rebeldes jamais terão uma oportunidade contra as forças do regime de Bashar al-Assad, a menos que seus jatos sejam neutralizados.

– Podemos estabelecer uma zona de exclusão aérea sem enviar um único avião tripulado à Síria… e podemos mudar de equação no campo de batalha – afirmou McCain na quinta-feira.

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UE defende missão da ONU na Síria após acusação de uso de armas químicas

O anúncio dos Estados Unidos de que o regime de Bashar al-Assad utilizou armas químicas na Síria torna “ainda mais necessária” uma missão da ONU no país, declarou nesta sexta-feira um porta-voz da União Europeia.

– Esta avaliação (dos Estados Unidos) e outras que circularam tornam ainda mais necessária a mobilização de uma missão de verificação das Nações Unidas na Síria – disse um porta-voz de Catherine Ashton, a chefe da diplomacia europeia.

Rússia diz que acusações dos EUA sobre armas químicas na Síria não são convincentes

As acusações dos Estados Unidos sobre o uso de armas químicas por parte do regime de Bashar al-Assad na Síria não são convincentes, declarou nesta sexta-feira o assessor diplomático do Kremlin, Yuri Ushakov.

– Diremos claramente: o que os americanos apresentaram não nos parece convincente – disse, acrescentando que a decisão americana de aumentar a ajuda aos rebeldes complicará os esforços de paz.

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Regime sírio desmente acusações dos EUA sobre uso de armas químicas

O regime sírio classificou nesta sexta-feira de mentiras as acusações dos Estados Unidos de que suas tropas utilizaram armas químicas na guerra contra os rebeldes, informou a agência oficial Sana.

– A Casa Branca publicou um comunicado cheio de mentiras sobre o uso de armas químicas na Síria, baseando-se em informações manipuladas com as quais tentou jogar sobre o governo sírio a responsabilidade de tal utilização – afirma a Sana citando um funcionário das Relações Exteriores.