Um militar do exército brasileiro, de 20 anos, é um dos suspeitos no homicídio do jornalista de Tubarão, Clóvis Willian dos Santos, conhecido como "Mukirana", encontrado morto no dia 7 de janeiro. Ele foi preso preventivamente na manhã de sábado (12) em mandado cumprido pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Laguna de acordo com a Polícia Civil.
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O jovem estava lotado na 3ª companhia do 63º Batalhão de Infantaria, em Tubarão, e foi encaminhado ao presídio do quartel em Laguna, onde segue preso. Ele vai responder por homicídio qualificado, tentativa de ocultação de cadáver, furto qualificado e corrupção de menores conforme a Polícia Civil.
A prisão foi por volta das 8h30min, após o suspeito ser liberado de uma medida disciplinar que respondia por ter faltado no serviço militar no dia 7 de janeiro, data em que o jornalista foi encontrado morto na Praia do Gi, em Laguna, segundo a polícia.
Celulares apreendidos no dia 11 de janeiro com dois adolescentes suspeitos do crime, responsabilizados por terem dado chutes e socos em Mukirana, segundo a Polícia Civil, foi o que levou a investigação até o militar.
— Sexta-feira depois da coletiva a investigação se aprofundou, tinha indícios já de que ele poderia estar envolvido, pelos celulares apreendidos ficou evidenciada a participação dessa pessoa. Interrogado ele acabou confessando todos os pormenores — contou o delegado titular da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Laguna, Bruno Fernandes.
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A vítima de 40 anos foi asfixiada, estrangulada e localizado com sinais de espancamento e com mãos e pés amarrados. A causa da morte foi identificada como traumatismo craniano.
— Ele [o militar] foi o responsável por asfixiar enquanto os outros dois desferiam socos e chutes. Seria um militar do exército brasileiro há pelo menos dois anos, ante sua qualificação acabamos representando pela prisão preventiva, visto que tínhamos a informação de que iria fugir, narrava isso aos adolescentes pelas conversas nos celulares, disse ficaria um tempo “baixado”. Por volta das 22h de sexta veio a decisão judicial, tomamos conhecimento junto ao comando no exército de Tubarão que ele estaria preso administrativamente por ter faltado ao serviço na segunda-feira, justamente no dia do crime — afirmou o delegado.
Militar teria confessado crime, segundo a polícia
A investigação apontou que o suspeito, lotado no 63º Batalhão de Infantaria, teria se ausentado do serviço no dia em que o corpo do jornalista foi encontrado.
Segundo a Polícia Civil, ele teria tentado ocultar o veículo no Morro da Antena, em Tubarão. Por conta da falta, o militar teria sido punido com uma medida disciplinar e ficado no quartel durante a quinta e sexta-feira, dias 10 e 11, conforme a polícia.
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Após interrogatório, o militar teria confessado que teria asfixiado Mukirana enquanto os adolescentes agrediam a vítima conforme informado pela Polícia Civil. Ele também teria confirmado a ausência no serviço militar na segunda (7) para ocultar o veículo de Clóvis.
Investigação
A investigação também apontou que o jornalista teria passado a madrugada do dia 7 com os dois adolescentes, o militar de 20 anos e duas adolescentes, dando voltas de carro e usando drogas.
— Segundo os adolescentes, o Clovis estava alterado pelo uso de drogas e começou a xingá-los, que iria deixá-los a pé. Ele quase colidiu em um carro, então eles resolveram dar um fim. Convidaram todos a consumir drogas, o Clovis aceitou, porém a oferta de consumo seria uma tentativa de convencê-lo a ir até a praia — explicou o delegado titular da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Laguna, Bruno Fernandes.
A morte de Mukirana foi considerada pela polícia como um homicídio qualificado mediante motivo torpe, com recursos que impossibilitaram a defesa da vítima, além da tentativa de ocultação de cadáver, pois o corpo foi jogado na água.
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— Um dos adolescentes informou que o Clovis tinha o hábito de empenhar o veiculo como uma compensação para receber drogas, pois já não possuía tanto dinheiro para manter essa dependência química — afirmou o delegado.
O veículo foi abandonado pelos adolescentes na mesma tarde do crime, próximo ao Morro da Antena. O delegado informou que no momento do crime as meninas alegaram que foram para os escombros e não participaram da execução. Elas foram ouvidas como informantes.
— Não considero crime premeditado, eles saíram de Tubarão não com a intenção de matar o Clovis, foi uma situação mais ocasional. Eles não suportaram os xingamento, são adolescentes infratores com ficha por práticas análogas, tráfico de drogas, tentativa de homicídio, tomaram essa atitude e ceifaram a vida dele dessa forma — comentou.
Com a prisão do militar e a apreensão dos adolescentes, que estão no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Tubarão, o caso foi encerrado conforme a DIC de Laguna.
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