O secretário de Segurança Pública do Rio, Richard Nunes, afirmou que a vereadora Marielle Franco (PSOL) foi morta por milicianos que viam nela uma ameaça a negócios de grilagem de terras na zona oeste do Rio. As informações foram reveladas pelo general em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, publicada nesta sexta-feira (14).
Continua depois da publicidade
Segundo Nunes, Marielle “estava lidando em determinada área do Rio controlada por milicianos, onde interesses econômicos de toda ordem são colocados em jogo".
— O que leva ao assassinato da vereadora e do motorista (Anderson Gomes) é essa percepção de que ela colocaria em risco naquelas áreas os interesses desses grupos criminosos — emendou.
Ainda segundo o secretário, Marielle vinha conscientizando moradores sobre a posse da terra.
— Isso causou instabilidade e é por aí que nós estamos caminhando. Mais do que isso eu não posso dizer — afirmou.
Continua depois da publicidade
Na quinta-feira (13), policiais da Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro cumpriram 15 mandados de prisão e de busca e apreensão relacionados à morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes, em Nova Iguaçu, Angra dos Reis, Petrópolis e Juiz de Fora (MG). Os alvos das buscas seriam milicianos.
No meio da tarde, a polícia divulgou nota informando que os mandados eram referentes a inquéritos policiais instaurados na DH "e que transcorrem de forma paralela às investigações do caso Marielle e Anderson". De acordo com a nota, "a medida é uma ferramenta voltada à inviolabilidade e ao sigilo das informações coletadas no bojo do inquérito policial principal".