Em plena crise diplomática com os Estados Unidos, milhares de mexicanos foram às ruas neste domingo (12), no âmbito do movimento “Vibra, México”, para protestar contra o presidente Donald Trump e seu projeto de muro fronteiriço.

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Com tons nacionalistas, a manifestação foi criticada por alguns setores.

“O México deve ser respeitado, Mr. Trump”, dizia um imenso cartaz na frente da marcha, na Cidade do México, em meio às centenas de bandeiras mexicanas que coloriam o protesto.

Milhares de policiais acompanhavam a manifestação, da qual participaram famílias com crianças e representantes de dezenas de organizações civis, universidades e associações empresariais.

Alguns deles estavam vestidos de branco, com lenços na cabeça com as cores da bandeira, ou o escudo nacional pintado no rosto.

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“Estamos aqui para que Trump veja e sinta como todo um país, unido, se levanta contra ele e suas estupidezes xenófobas, discriminatórias e fascistas. O México não será seu escravo”, disse à AFP a estudante de Literatura Julieta Rosas, da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), usando uma camiseta com o presidente americano com o bigode característico de Adolf Hitler.

“Todos somos migrantes, todos somos um. É hora de fazer pontes, não muros”, comentou José Antonio Sánchez, de 73, acompanhado da neta de nove.

O movimento de protesto, convocado pelas redes sociais, chegou a Guadalajara, no oeste do país, enquanto pelo menos mais 20 cidades preparavam para se manifestar também.

“É hora de todos os cidadãos somarem esforços e unir vozes para manifestar nossa rejeição e indignação diante das pretensões do presidente Trump e, ao mesmo tempo, contribuir para a busca de soluções concretas”, convocou o movimento Vibra México, em sua página on-line.

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Segundo a imprensa local, o presidente Enrique Peña Nieto defendeu a marcha deste domingo.

Alguns analistas consideraram esse impulso nacionalista de “irracional”, por parte da população, e de “oportunismo político”, por parte do governo.

Muitos criticam que o ganhador desse movimento seja Peña Nieto, porque consegue coesão no momento em que seus índices de popularidade se encontram em seu pior nível, sobretudo, depois de ter convidado Trump para ir ao México quando era candidato.

“Não tememos o #Muro de @realDonaldTrump, tememos que o povo inocente marche junto com seus próprios carrascos”, tuitou o padre católico Alejandro Solalinde, um ferrenho defensor dos migrantes que dirige um abrigo para pessoas em situação ilegal.

Muitos estudantes e professores da Unam rejeitaram o apoio do reitor à marcha.

“Repúdio total na #UNAM à farsa #VibraMexico”, dizia um dos comentários nas mídias sociais.

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Para mostrar sua rejeição à passeata, vários internautas postaram comentários com o hashtag #VibroContraPeña e #NoesTrumpesPeña.

yo/spc/tt