Com fecundidade abaixo da média nacional, Santa Catarina tem quase o dobro do crescimento populacional do Brasil. Para especialistas, esse é o principal exemplo da migração de habitantes de outros Estados para cidades catarinenses.
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Os dados são projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o comportamento populacional do país, que revelam ainda que se o histórico de aumento populacional continuar caindo no atual ritmo, o Estado só deve parar de crescer no final da década de 2050. No caso do Brasil, essa queda de habitantes está prevista para ocorrer em 2043, segundo o órgão federal.
:: Cidades do litoral catarinense têm maior crescimento populacional
A estimativa populacional do IBGE, divulgada na quinta-feira, mostra que Santa Catarina chegou a 6,7 milhões de moradores em julho deste ano. Esse número deve superar 8 milhões até 2030, segundo o instituto. Para Sérgio Saturnino, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas e diretor do Instituto de Pesquisa Social (IPS) da Univali, a resposta para esse crescimento está nas qualidades do Estado, que atrai muitos brasileiros de outras regiões.
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– Verificamos que o perfil desse migrante é alguém da classe média que procura postos de trabalho com boa remuneração. Por ter um bom poder aquisitivo, esse novo morador tem condições de pagar escola e saúde particulares. Caso contrário, o poder público teria sérios problemas em suportar esse fluxo migratório – explicou.
Mobilidade e especulação imobiliária são reflexos da migração
Apesar desse atrativo habitacional ser reflexo da grande oferta de empregos no Estado, principalmente nas regiões litorâneas, o professor Saturnino lembra que alguns problemas sociais surgiram nos últimos anos.
– Com boa condição financeira, esse novo morador já tem carro e quer uma residência. O resultado é que as médias cidades catarinenses aprensetam sérios problemas de mobilidade urbana e há uma grande especulação imobiliária em cidades do litoral. Por exemplo, nos últimos 20 anos, há casos de mais de 1.000% de valorização de imóveis em municípios como Itapema e Bombinhas – disse.
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