A microexplosão que deixou rastros de destruição em São João do Itaperiú durante o fim de semana causou um prejuízo na casa dos R$ 20 milhões a produtores rurais que vivem na cidade do Norte catarinense. Conforme a estação meteorológica da Epagri/Ciram instalada na região, por volta das 16h de domingo (26), o vento atingiu uma velocidade máxima de 75 Km/h a 100 Km/h.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
Segundo dados do IBGE, o município se destaca pela produção de banana, arroz, palmeiras para produção de palmito e criação de gado. O ramo mais afetado foi o da banana, já que a ventania derrubou diversos pés da fruta. Essa quebra do caule obriga o produtor rural a sacrificar a chamada planta mãe e replantar novas mudas, que demoram cerca de 10 meses para dar cachos.
O município produz uma média anual de 32 toneladas de banana por hectare e 46 famílias que vivem da produção de banana foram afetadas, ou seja, 40% da produção do município foi atingida, o que significou um prejuízo de mais de R$ 12 milhões neste segmento.
O segundo maior dano foi relacionado às estruturas utilizadas para comportar a produção das lavouras. De acordo com relatório da Epagri, mais de 65 famílias tiveram casas, galpões e barracões de embalagens danificados ou destruídos. Isso causou uma perda estimada de mais de R$ 3 milhões.
Continua depois da publicidade
Em seguida, houve uma perda estimada em mais de R$ 1 milhão em arrozais, já que as plantas também tombaram por causa da velocidade do vento. Neste ramo, nove famílias foram afetadas e o prejuízo só não foi maior porque a maior parte do arroz já havia sido colhida.
A ventania também derrubou diversas árvores de eucalipto. Na cidade, a produção anual da planta, de acordo com o IBGE, é de 640 hectares, sendo que 50% desses tiveram danos. A estimativa de perda neste segmento também foi de mais de R$ 1 milhão.
Casas destelhadas e falta de energia elétrica
Além das perdas na lavoura, a microexplosão também destelhou casas, incluindo a Igreja Matriz São João Batista, inaugurada em 1916. Também houve queda de energia elétrica e, por conta do temporal, as aulas chegaram a ser suspensas na cidade na segunda-feira (27) e serviços municipais ficaram suspensos por 72h.
A tempestade teve início às 15h e durou cerca de 10 minutos. Depois, por volta das 16h, começaram as rajadas de vento que causaram diversos estragos. Segundo a Defesa Civil, o fenômeno climático foi provocado por uma frente fria em alto mar associada a um sistema de baixa pressão no sul do Paraguai, além do fluxo de calor e umidade vindo da região amazônica.
Continua depois da publicidade
Por causa da situação, São João do Itaperiú decretou situação de emergência na noite de segunda-feira. A prefeitura informou que municípios vizinhos chegaram a enviar maquinários para auxiliar na limpeza E O Governo do Estado sinalizou o envio de materiais como kits de higiene e limpeza, além de telhas, cestas básicas e colchões para os moradores prejudicados. Os bairros Centro e Toca foram os mais atingidos.
A microexplosão também causou danos na cidade vizinha de Barra Velha. No município, no entanto, as ocorrências foram menores, com apenas uma queda de árvore, destelhamento de casas e de um barracão próximo ao Parque Aquático Gralha Azul.
A Epagri ainda informou que este fenômeno climático é comum em Santa Catarina nesta época do ano e ocorre quando uma nuvem do tipo cumulonimbus não suporta o acúmulo de água e a despeja tudo de uma vez, gerando fortes rajadas de vento e raios.
Leia também
Microexplosões com rastro de destruição são comuns em SC nesta época do ano
Mãe de mulher morta por ex-companheiro em Joinville se diz “aliviada” com prisão de acusado
Continua depois da publicidade