Ser uma pequena ou microempresa em Santa Catarina está se tornando sinônimo de referência de empreendimento com os melhores índices de crescimento no Brasil. A comprovação está no ranking elaborado a partir do estudo “As PMEs que mais crescem no Brasil”, divulgado nesta quinta-feira e que coloca uma empresa do Estado no segundo lugar nacional. SC também tem três das cinco primeiras colocações na Região Sul do país.
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As cidades de Timbó, São José e Florianópolis são os endereços de três empreendimentos que colocaram em prática o plano de negócios elaborado e multiplicar sua receita nos últimos três anos entre 371,1% e 11.900%.
De constituição familiar, a construtora Reuter, de Timbó, foi a empresa do Estado a conquistar a melhor colocação, com o segundo lugar nacional. O diretor geral, Edmilson Silva, 55, conta que optar pela construção de imóveis em cidades ao redor de municípios polo foi a estratégia adotada.
O feito foi sair do faturamento de R$ 3,8 milhões, em 2010, para R$ 11 milhões no ano passado. A projeção é fechar 2012 com pelo menos R$ 22 milhões faturados. Seus apartamentos variam entre 70m2 e 300m2 e são oferecidos ao mercado por até R$ 400 mil.
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– Focamos no déficit habitacional das cidades da região, que estão crescendo e começando a se verticalizar. O efeito desta expansão é que os terrenos estão ficando mais caros e, junto com eles, o preço para o consumidor construir sozinho seu empreendimento. Oferecemos a opção de entregar tudo pronto e com o máximo de qualidade possível – orgulha-se o empresário, que diz estar surfando na onda do crescimento da construção no Médio Vale do Estado.
Segundo Heloisa Montes, sócia responsável por estratégia para empresas emergentes da Deloitte, a média de crescimento anual das empresas catarinenses é de 30%, semelhante aos 33% da média nacional.
Os setores de construção civil, tecnologia da informação e prestação de serviços, que aqui despontam, também são reflexo da realidade nacional. Quatro das 15 empresas de SC atuam na área de Construção Civil, setor que é o quinto mais presente entre as empresas participantes da pesquisa, com 7,8%, atrás da Tecnologia da Informação (24,3%), comércio varejista e atacadista (1,1%), prestação de serviços (10,5%), e máquinas e equipamentos (9%).
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Plano de negócios é fundamental
Desenvolver produtos tecnológicos para melhorar a produtividade no campo, como um GPS que conduz tratores em meio a plantações e controladores que economizam até 20% de adubo ou herbicidas , é o foco da Arvus, empresa fundada por Gustavo Raposo, 30, Bernardo de Castro, 33, e Adriano Correa, 33, há oito anos e que ficou em 5º lugar regional e 18º nacional no ranking. Os três são engenheiros de produção que se conheceram nos corredores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e nos jogos de polo aquático.
Sediada em Florianópolis, em 2008 saíram da incubadora mantida pela Associação Catarinense de Tecnologia (Acate). No mesmo ano traçaram o planejamento financeiro para projetar o crescimento da empresa.
No ano passado o faturamento foi de R$ 5 milhões e a perspectiva é chegar a R$ 12 milhões neste ano e ultrapassar os R$ 20 milhões em 2013. Hoje a empresa possui sete filiais no Brasil e atende clientes nacionais e dos países vizinhos.
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– Como expandir o tamanho das fazendas está ficando problemático porque o valor cobrado pela terra está crescendo, o caminho é melhorar a produtividade e é nesta linha de agricultura de precisão que trabalhamos. Queremos crescer e dobrar o tamanho da empresa em 2013 – prospecta Gustavo.
Ter um plano de negócios e definir os rumos da empresa também foi o caminho escolhido pela EQS Engenharia, de São José, e atende a clientes corporativos do Sudeste e Centro-Oeste do país e tem 70% de sua atuação no Sul.
Fernanda Aragão Lopes, 27, é diretora administrativa e financeira da empresa que atua na gestão de infraestrutura e manutenção para clientes corporativos como empresas de telefonia e instituições bancárias.
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Ela revela que os rumos atuais começaram a ser traçadas em 2008, com o planejamento das ações, culminou na conquista da ISO 9001, em janeiro deste ano, que certifica a gestão e a qualidade dos serviços prestados. O faturamento, que era de R$ 47 milhões em 2011, deve chegar a R$ 60 milhões neste ano, projeta a empresária.
– Traçar as metas e definir o planejamento da pequena e microempresa é fundamental, pois permite evitar surpresas e dar capacidade para reagir às mudanças do mercado. É o básico, mas que precisa ser bem feito para garantir que a vida da empresa seja longa – avalia Heloísa.
Confira a lista das empresas catarinenses no ranking nacional
Posição Empresa Cidade
2º Reuter Timbó
9º EQS Engenharia São José
18º Arvus Florianópolis
57º Ogochi São Carlos
75º Cianet Florianópolis
136º Ekotex Pomerode
142º Copa&Cia Blumenau
144º Domínio Sistemas Criciúma
153º Pioneira da Costa Florianópolis
156º Vitsolo Balneário Camboriú
190º Reivax Florianópolis
204º Tecnoblu Your Id Blumenau
205º Selbetti Joinville
224º Teclan Florianópolis
231º Farben Içara
Fonte: Deloitte e Exame PME