Um porta-voz de Michael Douglas negou nesta segunda-feira que o ator veterano de Hollywood tenha atribuído o câncer de garganta do qual sofre ao sexo oral, como teria dito em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

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O porta-voz disse que o ator de 68 anos, astro, entre outros filmes, do thriller sensual Atração Fatal, com Glenn Close, havia discutido o vínculo entre cânceres orais e sexo oral, entre outros fatores de risco, porém sem se referir a seu próprio caso específico.

– Michael não disse que a cunilíngua foi a causa de seu câncer. Ele certamente falou de sexo oral no artigo e o sexo oral é uma causa suspeita de alguns cânceres orais, como os médicos do artigo pontuaram. Mas ele não disse que foi a causa específica de seu câncer – afirmou o porta-voz, Allen Burry, referindo-se à entrevista concedida pelo ator ao respeitado jornal.

Na entrevista, Douglas, que interpreta o pianista homossexual Liberace em Behind The Candelabra, dirigido por Steven Soderbergh, afirmou que seu câncer foi causado pelo papiloma vírus humano (HPV).

“Sem ser muito específico, este câncer em particular é causado pelo HPV, que tem como origem a cunilíngua”, reportou o jornal, citando Douglas.

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– Eu me preocupei que o estresse causado pela prisão do meu filho tivesse sido o gatilho. Mas sim, é uma doença sexualmente transmissível que causa câncer – acrescentou, referindo-se à prisão de seu filho Cameron por posse e tráfico de drogas.

Mas o porta-voz de Douglas disse que o ator estava falando em termos gerais e não pessoais.

– Esta não é a causa de seu câncer. Esta é uma causa de cânceres orais? Sim, além do álcool, do tabagismo, do estresse, da poluição. Todas estas são causas de câncer oral. Ele disse especificamente que esta foi a causa de seu câncer? Não – completou.

Um porta-voz do Guardian News & Media afirmou que “até onde temos notícia, não recebemos reclamações sobre os artigos em questão de Michael Douglas ou seus representantes. Certamente vamos investigar quaisquer queixas que recebermos sobre o nosso jornalismo”, acrescentou.

Burry disse não ter pedido uma correção do jornal britânico.

-Não estou pedindo ao Guardian a fazer nada, acho que eles já fizeram o bastante – disse.

Duas vezes ganhador do Oscar, o ator revelou em 2010 que lutou contra um câncer, mas derrotou a doença graças a um extenuante tratamento de quimio e radioterapia.

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-Eu preciso fazer exames regulares – agora a cada seis meses -, mas há mais de dois anos está tudo bem. E com este tipo de câncer, em 95% das vezes ele não volta – falou ao Guardian.

Estudos da Faculdade de Odontologia da Universidade de Malmo e do The New England Journal of Medicine sugerem uma correlação entre sexo oral e câncer de garganta.

A infecção por HPV também é a causa de 99% dos casos de câncer de colo do útero, segundo estudos com base em dados do Serviço de Saúde Britânico (NHS).