Na véspera da decisão do futuro do futebol masculino nos Jogos do Rio, a partida entre Brasil e Dinamarca, nesta quarta-feira, às 22h, em Salvador, o técnico da seleção Rogério Micale saiu em defesa de Neymar. O treinador de 47 anos travestiu-se de educador e sugeriu ao povo brasileiro (imprensa e torcedores) uma reflexão sobre a pressão que recai em jogadores jovens.
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Micale já antecipava um discurso de blindagem a seu grupo, quando foi questionado sobre a icônica imagem de um garotinho com a camisa 10, com o nome de Neymar riscado e, sobre ele, escrito “Marta”, com canetinha e um coração ao lado. Ponderou Micale.
— Marta e Neymar são dois talentos do futebol brasileiro. Neymar é um jovem de 24 anos, que não atingiu a sua maturidade. Atingirá aos 28, quando chegará ao ápice de sua condição. E ele já tem de lidar com a pressão aos, 17, 18 anos de idade. E onde a sua geração, que deveria dar o suporte para ele desenvolver o talento, ainda não se firmou. Assim como houve com Ronaldo Fenômeno (aos 17 anos foi reserva na Copa de 1994). Ele foi para a Copa e vivenciou aquilo — declarou.
Mas o discurso do treinador foi adiante e cobrou menos pressão sobre o seu camisa 10.
— Se não respeitarmos nossos craques, eles não vão querer mais jogar com a gente. Ele (Neymar) quis estar na Olimpíada. Era para ele estar como participação (sem ser o protagonista), mas já teve que assumir de cara. Marta está com quantos anos mesmo? (alguém responde: 31). Ah, 31 (pausa). Marta está em um momento muito bom da carreira, é uma jogadora sensacional, e tem o reconhecimento. Neymar tem um futuro como melhor do mundo. Precisamos respeitar Neymar, é um jovem, ponto — declarou Micale.
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Disposto a blindar Neymar — talvez porque saiba que o seu time depende do virtuosismo do camisa 11 do Barcelona —, Rogério Micale também expôs um futuro sombrio para o futebol nacional, caso, na opinião dele, os jovens jogadores sigam sob pressão.
— Muitas vezes ele pode agir de maneira que não gostamos (talvez falasse do fato de passar olimpicamente pela zona mista, após o empate com o Iraque, sem dar entrevistas e com fones de ouvido, fingindo desinteresse). Mas vocês fariam coisas diferentes na idade dele? — indagou.
Depois dessa ampla defesa a Neymar, Micale lembrou ser natural de Salvador e pediu o apoio da torcida diante da Dinamarca:
— Como sou baiano, de Salvador, gostaria que o meu povo abraçasse a seleção.
A Arena Fonte Nova deverá receber cerca de 60 mil torcedores para Brasil e Dinamarca. Com apoio da torcida, ao menos no começo do jogo.
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*ZHESPORTES