O México vai tarifar as exportações com maior “sensibilidade política” dos Estados Unidos, se Washington insistir em não excluir seus parceiros norte-americanos das pesadas tarifas que planeja impor sobre aço e alumínio importados, disse nesta terça-feira (6) o ministro mexicano da Economia, Ildefonso Guajardo.

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“O que teríamos que fazer é aumentar uma resposta sobre aquelas coisas que eles exportam onde há mais sensibilidade política e entrar exatamente nesses bens. Temos capacidade para responder”, disse Guajardo à emissora Televisa.

O ministro afirmou que estão sendo analisados quais bens americanos poderiam ser incluídos nesta lista.

“Não a tornaremos pública até vermos na nossa frente exatamente o que vão fazer”, acrescentou.

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Nesta segunda-feira, o presidente americano, Donald Trump, aumentou a pressão sobre México e Canadá e condicionou a possibilidade de retirar as tarifas deles a uma renegociação do Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês) com termos “justos” para Washington.

Já Moisés Kalach, coordenador dos empresários mexicanos que acompanham a negociação no chamado “quarto ao lado”, explicou que tem sido feito lobby nos estados governados por republicanos necessários para uma eventual reeleição de Trump em 2018 e que têm um importante intercâmbio comercial com o México.

“Ali está a chave, a chave é chegar ao detalhe que isso vai afetar Michigan, vai afetar Wisconsin”, disse Kalach à Televisa.

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Estados como Texas, Novo México e Arizona têm no México um importante destino de suas exportações.

“Tem que mandar dardos políticos para lá, em grupos que podem fazer lobby na Casa Branca, para que essas tarifas realmente doam. Não é um assunto econômico e só. É um assunto muito político”, acrescentou Kalach.

A última vez em que o México impôs tarifas aos Estados Unidos foi em janeiro de 2016, quando estabeleceu tributos compensatórios a maçãs procedentes de lá, alegando que os frutos entravam no país com preços artificialmente baixos.

* AFP