Quatro anos depois da derrota no 2° turno das eleições à Prefeitura de Florianópolis, Gean Loureiro (PMDB) se considera pronto para governar a cidade. Líder nas pesquisas de intenção de voto, ele abre as entrevistas da Hora com os candidatos a prefeito da Capital, que serão realizadas ao longo desta semana, com a participação dos cinco postulantes cujos partidos têm representação superior a nove deputados na Câmara. A Hora questionou o candidato desde temas pontuais, como mobilidade e segurança pública, até questões envolvendo seus dois principais rivais nas últimas duas eleições – Cesar Souza Junior, em 2012, e Angela Amin, em 2016.
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“Eu vou ser um prefeito que não vai jogar a responsabilidade para outras esferas do poder”, diz o candidato Gean Loureiro
O senhor promete policiamento ostensivo, com rondas 24 horas. Como pretende fazer isso sem efetivo, competência do Estado?
Eu vou ser um prefeito que não vai ficar jogando a responsabilidade em cima de outras esferas de poder. O problema da segurança tem que ser capitaneado, sua solução, pelo prefeito. Mesmo sabendo que a responsabilidade pela Polícia Militar e Polícia Civil é do Governo do Estado, o município tem que assumir a dianteira desse processo. Chamar verdadeiramente a integração entre as estruturas de segurança. Nós hoje não encontramos mais a Guarda Municipal atuando nos bairros, ela fica quase que exclusivamente no centro da cidade. Muitas vezes, o trabalho é realizado concomitantemente pela Guarda Municipal e pela Polícia Militar no mesmo local, enquanto vários outros locais estão sem atenção. Queremos permitir que essa atuação preventiva possa ocorrer muito mais. Um exemplo claro é o convênio que a Prefeitura de Florianópolis deveria ter com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, de manutenção das câmeras de monitoramento. Todos os municípios da Grande Florianópolis têm esse convênio, só Florianópolis que não tem.
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Seu plano de governo cita o enxugamento da estrutura administrativa como prioridade. Por outro lado, o senhor tem uma aliança com 15 partidos. Como o senhor vai abrigar todo mundo e ao mesmo tempo enxugar?
Meu governo será um governo de resultados. Não é um governo de amigos, nem um governo de obrigações partidárias. Quem está comigo nessa composição está preocupado em ter uma mudança para Florianópolis. Essa mudança passa por uma redução no número de secretarias, de cargos comissionados e escolha de nomes com conhecimento técnico para gerenciar. Nós não vamos ter secretário que não acorde cedo e durma tarde. Nós não vamos ter secretário que não sabe escutar a população. Nós não vamos ter secretário que não esteja comprometido com resultados. A experiência já demonstrou que às vezes um único partido não faz as escolhas corretas. O que nós queremos é saber lidar com diferenças. Um prefeito que não sabe lidar com diferenças, não está preparado para governar Florianópolis. Tu não governa só com teu time, só com teu partido. Tu governa para a cidade toda.
O senhor comemorou a desistência do prefeito Cesar Souza Junior à reeleição?Não comemorei. Essa é uma decisão de foro íntimo do prefeito. O que eu tenho de maneira muito clara é que alguém que não deseja ser prefeito realmente não deve concorrer. Eu tenho o sonho de ser prefeito. Eu dedico a minha vida política a Florianópolis, não apenas pelos cinco mandatos de vereador, mas como quando fui deputado federal e busquei investimentos para a nossa cidade, quando eu fui o mais votado. Eu sou deputado estadual com a maior votação da história de Floripa. E o meu trabalho é voltado para a cidade. Eu tenho em minha vida política e profissional 24 anos dedicados a minha cidade. Acredito que quem tem o sonho, o desejo, e a vontade de governar, e está preparado para isso, é quem deve concorrer.
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Pelos ataques nas propagandas eleitorais e pelas pesquisas, Angela Amin se apresenta como sua principal adversária. O que o senhor tem de melhor que ela?Eu não quero fazer o comparativo. Acho que ela teve sua oportunidade 20 anos atrás, quando foi prefeita. Hoje nós temos outra cidade. Eu venho acompanhando essa modernidade que se busca numa gestão.
No debate promovido pelo DC o senhor citou o Plano de Mobilidade Urbana e Sustentável da Grande Florianópolis (Plamus). Como o senhor pretende implantar, já que custo chega a R$ 3 bilhões?
O Estado contratou, através de um financiamento, um estudo que definiu as diretrizes para investimentos na área de mobilidade urbana. Hoje nós temos uma referência no que seguir. Esses investimentos, obviamente, não vêm exclusivamente de recursos públicos municipais. Mas o prefeito municipal tem que assumir a dianteira para buscar esses recursos. A prioridade do Plamus é o transporte público rodoviário, que se complementa com as ciclovias, os passeios públicos e a possibilidade do transporte marítimo.
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LEIA NA HORA
Quarta-feira: Angela Amin (PP)
Quinta-feira: Elson Pereira (PSOL)
Sexta-feira: Angela Albino (PCdoB)
Sábado: Murilo Flores (PSB)