Relato da gestora de Recursos Humanos, Sônia Mara Leão, de 40 anos, que em janeiro sofreu uma queda na cachoeira da Costa da Lagoa, em Florianópolis:
Continua depois da publicidade
Era sexta-feira, dia 17 de janeiro. Havíamos saído de casa, meu namorado e eu, para passar o dia na cachoeira da Costa da Lagoa, como já fizemos outras tantas vezes. Chegamos perto do meio-dia, comemos uns petiscos para enganar a fome e fomos para perto da cachoeira. Sentei em uma pedra e fiquei ali, me molhando. Foi quando decidi levantar e voltar para a lagoa. Foi aí o meu erro. Em vez de sair das pedras e voltar à trilha, que é o normal de se fazer, fiquei nas pedras e decidi ir por ali: foi a única coisa que fiz diferente de todas as outras vezes que já estive naquele lugar. Todo mundo estava fazendo o mesmo e era rapidinho. Meu namorado foi pelo caminho certo, e chegou a me chamar: “não vai por aí, é perigoso”, disse. Eu fiquei lá e então escorreguei. Ia cair de cabeça, mas consegui me dar conta e coloquei o braço esquerdo na frente para apoiar. Só ouvi o barulho do osso quebrando e o senti mole. Fraturei o úmero, a parte de cima do braço, e fui parar no hospital. Fui operada. Tenho que ficar pelo menos dois meses em casa. Perdi o verão, não consigo fazer mais nada. E tudo isso por causa de um tombo tão bobo, tolice minha. Minutos antes, eu tinha alertado uma mãe que estava com duas filhas adolescentes caminhando para lá e para cá. Mas errei comigo mesmo, que costumo cuidar tanto porque não sei nadar. Dois dias depois, vi aquela triste notícia do casal de caiu do alto da cachoeira. A gente acha que não vai cair, que nada vai acontecer, que a pedra está seca, mas ela engana: o pé está molhado e o limo é liso demais. Graças a Deus não foi nada pior. Não dá para brincar com a sorte, achando que nada vai acontecer.
Leita também:
Continua depois da publicidade
>>> Meu erro: não olhar onde piso
>>> Meu erro: encarar a trilha com chuva
Como evitar o erro
*Por major Diogo Bahia Losso, do Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar
_ Procure por cachoeiras que possuam alguma estrutura de segurança
_ Não caminhe ou pule em pedras, principalmente se estiverem molhadas, para evitar quedas. Se for imprescindível, ande apoiando pés e mãos
_ Procure andar por trilhas já abertas e respeite toda e qualquer sinalização
_ Não se aproxime do topo das cachoeiras
_ Não mergulhe em águas escuras e que não conheça a profundidade, evitando bater a cabeça contra barrancos, pedras ou troncos submersos
_ Não faça esforço físico após as refeições
_ Cuidado com a ingestão de bebidas alcoólicas, que podem diminuir o reflexo e o equilíbrio
_ Fique atento a trovoadas, principalmente no fim da tarde, pois o nível da cachoeira pode subir rapidamente
Continua depois da publicidade
_ Tenha um cuidado especial com as crianças, que devem permanecer sob vigilância constante