O Metropolitano foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Catarinense pela segunda vez em três anos. O time de Blumenau encheu o torcedor de susto, mas fez o que precisava na última rodada: venceu o Brusque por 2 a 1, de virada. Aílton abriu o placar para os visitantes, mas Júnior Pirambu e Mariano Trípodi fizeram os gols da virada. No entanto, para escapar da queda o Verdão também precisava que o Tubarão não vencesse o Joinville, o que não ocorreu – o time do Sul do Estado triunfou por 1 a 0 e garantiu a permanência na primeira divisão no ano que vem.
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A partida que sacramentou o segundo rebaixamento da história do Metropolitano foi disputada sob muita chuva e com apenas 822 torcedores no Estádio do Sesi, em Blumenau. O jogo começou com sustos. No primeiro minuto, Fabian Volpi fez a torcida lembrar de goleiros como Flávio Kretzer e João Paulo Papa e defendeu chute da intermediária que poderia abrir o placar em favor do Brusque. Os visitantes, embora sem ter mais ambição no campeonato, pressionaram o time da casa nos 10 primeiros minutos – chegaram a acertar o travessão em chute de Clebinho. Depois de sofrer a pressão inicial, o Metropolitano melhorou. Aos poucos, como foi ao longo da competição, como é na história do clube. Conseguiu acertar triangulações no ataque e passou a dominar as ações.
Tiago Henrique, que voltava de lesão, parecia disposto a ser protagonista, como Diego Vianna, Richardson, Cristiano ou Rafael Costa foram nas melhores temporadas dos 17 anos do Metrô. Tiago teve nos pés as quatro oportunidades da etapa inicial. A primeira esbarrou em boa defesa do goleiro Paulo Sérgio. Na segunda, o camisa 7 recebeu de Ari Moura e bateu cruzado para marcar, mas o árbitro anulou porque ele estaria impedido. Na terceira, recebeu cruzamento da esquerda e chutou rasteiro, mas parou na trave direita de Paulo Sérgio. Aos 41, Tiago puxou contra-ataque, venceu o zagueiro e bateu cruzado, mas parou novamente em Paulo Sérgio.
Na volta do intervalo, o Metrô caiu de ritmo e o torcedor começou a sentir que a permanência na primeira divisão do Catarinense iria bater na trave, como foi com a sonhada vaga na Série C do Campeonato Brasileiro, em 2013, contra o Juventude. O desfecho melancólico começou a ser construído com o lateral Aírton, que recebeu de Edílson em contra-ataque e abriu o placar. O Metrô sentiu o gol. A chuva começava a formar poças no gramado e o Brusque criava chances claras de ampliar. A defesa do Metropolitano já não reagia e o gol de misericórdia só não ocorreu pela garra do zagueiro Murilo e do goleiro Fabian Volpi nos dois principais lances.
Uma esperança surgiu aos 31 minutos do segundo tempo, quando Júnior Pirambu puxou contra-ataque e, em vez de insistir em outro cruzamento, como o time fazia, chutou de fora da área. Fez um golaço que empatou o duelo. Praticamente ao mesmo tempo, a notícia de um pênalti para o Joinville animou o torcedor – para seguir na Série A, o Metrô precisava vencer e torcer pela derrota ou empate entre Tubarão e JEC.
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O argentino Mariano Trípodi, que voltou ao Metropolitano como principal contratação do ano, veio do banco de reservas e, após cobrança de escanteio, fez o gol da virada do Metrô. O resultado poderia ter salvado o time de Blumenau de cair para a segunda divisão novamente após subir na Série B do ano passado. Mas no Norte do Estado, o Joinville perdeu o pênalti que teve a favor e foi derrotado por 1 a 0 para o Tubarão, que era o oitavo colocado, o primeiro time fora da zona de rebaixamento.
O novo rebaixamento do Metropolitano escreve mais um capítulo negativo na história do futebol de Blumenau, dos títulos estaduais do Olímpico, dos times marcantes do BEC e dos anos de luta do próprio Metrô. Agora, o Verdão vai ter pela frente os mesmos desafios que conheceu de perto no ano passado, na segunda divisão, como diminuição de receitas e do próprio interesse do torcedor. Mas terá que ser esse o cenário para o clube construir um caminho de mais destaque e que deixe melhores lembranças ao torcedor do que as que ficaram do Estadual deste ano.
Ficha técnica
Metropolitano
Fabian Volpi; Thiago Araújo, Guilherme Café (Trípodi), Murilo e Márcio Rosário; Schmoeller, Jefferson Negueba (Bruninho) e Tiago Henrique. Mateus Arence (Paulinho), Ari Moura e Júnior Pirambu. Técnico: Isaque Pereira
Brusque
Paulo Sérgio; Edilson (Isac), Cleitão, Neguetti e Airton; Ruan (Maranhão), Zé Matheus, Beltrame (Alex) e Clebinho; Jefferson Renan e Hélio Paraíba. Técnico: Marcelo Caranhato
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Gols: Aílton (B), Júnior Pirambu e Mariano Trípodi (M)
Público: 822 torcedores
Arbitragem: Fernando Henrique de Medeiros Miranda, auxiliado por Johnny Barros de Oliveira e Eder Alexandre
Local: Estádio do Sesi, em Blumenau