A voz que há jogos não ecoava pelas arquibancadas do Estádio do Sesi voltou a fazer parte do cenário. No acesso aos túneis, próximo aos vestiários, a confiança e o otimismo podiam ser sentidos para onde quer que se olhasse antes de a bola rolar. Até mesmo o batuque da torcida, que andava sumido, apareceu.

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Com direito a recepção aos jogadores ilustrada por sinalizadores e fogos de artifício, a noite de ontem parecia ser diferente. Até o sorriso no rosto do torcedor apareceu. Um tanto quanto sem motivo, é verdade, mas a esperança de que a quarta-feira escapasse pela tangente de tudo o que ocorreu até agora no Campeonato Catarinense estava aflorada.

Aí veio o jogo, e quem esperava que Metropolitano e Almirante Barroso – último e penúltimo colocados do Estadual – fossem duelar de um jeito que faria a torcida lamentar não ter ficado em casa assistindo ao canal de pesca, estava enganado.

Com propostas semelhantes alimentadas pela incontrolável necessidade de somar três pontos, Mauro Ovelha e Renê Marques organizavam as peças do xadrez de forma que deixava o jogo legalzão. Embora nos 45 minutos iniciais ninguém tenha conseguido balançar o barbante adversário, até mesmo quem não é tão chegado no futebol podia prever que a coisa continuaria interessante.

E foi. Ô, se foi. E com generosas pitadas de sofrimento para o lado blumenauense da história, que abriu o placar logo no comecinho do segundo tempo, se aliviou, e viu os barrosistas se assanharem a partir de então. E nesse toma lá, da cá de ações, após a pior jogada ensaiada da história do futebol mundial, o Metrô cedeu contra-ataque ao adversário que obrigou o goleiro Vilar a se tornar um dos paladinos noturnos.

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Com uma defesa daquelas dignas de canonização e outras secundárias tão importantes quanto, o camisa 1 foi essencial assim como o único gol marcado em todo o jogo, por Beto. E mais do que isso: foi o protagonista deste 1 a 0 sofrido, suado, que reanimou o Metropolitano para a epopeia que serão as próximas quatro partidas.

E como o futebol é daqueles que te leva do inferno ao céu em questão de dias, o Metropolitano terá outro confronto direto pelo caminho no domingo, às 16h, dessa vez no Planalto Serrano. Pelo andar da carruagem, será a partida para definir o rumo do clube na reta final. Se vencer, supera o Inter de Lages na classificação e passa a depender apenas de si para se livrar da Série B do Estadual. Se perder, terá de torcer por um pequeno milagre contra o rebaixamento.

No mais, é como no ditado popular: “não tá morto quem peleia”. O que antes era um rebaixamento certo, já se mistura com a esperança de se livrar da Segundona. Pelo menos para o lado verde de Blumenau, já que o de Itajaí, com a derrota, se aproximou do descenso. O time do técnico Renê Marques volta a campo no domingo, às 10h (da manhã, viu?) contra o Criciúma, no Estádio Camilo Mussi.